O apagão de segunda-feira, 28 de abril, que mergulhou vastas zonas de Portugal e Espanha na escuridão continua envolto em incertezas.
Ao longo do dia, circularam duas explicações: um fenómeno natural extremamente raro ou um possível ciberataque. No entanto, ambas as hipóteses foram rapidamente colocadas em causa pelas próprias autoridades.
A primeira versão apontava para oscilações anómalas em linhas de muito alta tensão, provocadas por um fenómeno conhecido como vibração atmosférica induzida. Este tipo de instabilidade pode ocorrer quando o vento sopra lateralmente sobre os cabos elétricos, gerando vibrações que perturbam a sincronização da rede elétrica. Fontes contactadas por vários meios, incluindo a Reuters, indicavam que a falha teria tido origem em Espanha, mais concretamente no interior do país vizinho, onde se teriam verificado essas vibrações incomuns, pode ler-se no Correio da Manhã.
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No entanto, a própria REN (Redes Energéticas Nacionais), que inicialmente validou a explicação, recuou minutos depois, negando oficialmente que o fenómeno atmosférico estivesse na origem do corte de energia.
Paralelamente, também foi colocada em cima da mesa a possibilidade de um ataque informático. A sugestão foi até assumida publicamente pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida. No entanto, o Centro Nacional de Cibersegurança veio rapidamente desmentir a hipótese, garantindo que “não foram identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque”.
Com as explicações técnicas a oscilarem quase tanto quanto as linhas de tensão que causaram o apagão, permanece o mistério sobre o que realmente esteve na origem da falha que afetou milhões. A investigação continua, mas o episódio revelou fragilidades na comunicação oficial e deixou no ar uma questão: estaremos preparados para enfrentar falhas em larga escala no sistema elétrico europeu?
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