Coimbra
Coimbra às escuras, mas o salão Rosa Pessoa nunca parou: “Manter a calma e confiar que vai correr bem”

Apesar de um dia cheio de marcações, o salão Rosa Pessoa, em Celas, Coimbra, não fechou portas durante o apagão nacional de segunda-feira, 28 de abril.
Sem eletricidade a partir das 11:30, a cabeleireira com 36 anos de experiência continuou a atender clientes, adaptando-se com recurso à luz natural e a uma boa dose de tranquilidade.
“Tínhamos muitas marcações e algumas clientes estavam com coloração e nuances no cabelo, mas correu tudo bem. Tivemos sempre água e muita luz do dia. As pessoas riram-se, aceitaram a situação com leveza”, contou Rosa ao Notícias de Coimbra.
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A profissional admite que a pandemia ajudou a lidar com este tipo de adversidade: “Aprendemos muito. Sabemos que temos de manter a calma e confiar que vai correr bem. Ontem, só pensava: calma, calma”.
Apesar de ter conseguido completar grande parte dos serviços, Rosa viu-se limitada: “As extensões não consegui acabar, claro, mas foi tudo muito pacífico. As clientes compreenderam”.
Ao regressar a casa, Rosa ainda enfrentou mais obstáculos: sem combustível no carro, percorreu várias bombas de Cantanhede sem sucesso. “Pensei que ia ficar a pé. Felizmente, não aconteceu. Cheguei a casa por volta das 15:00, mas sem luz. Como tenho portões elétricos, tive de saltar muros e até me magoei”, revelou.
A cabeleireira reconhece que ninguém está preparado para uma situação deste tipo, mas deixa um apelo: “Temos de confiar nos nossos governantes e ajudar-nos uns aos outros. Ontem, um senhor veio cá pedir pilhas para ouvir as notícias e nós oferecemos. É assim que temos de viver: com solidariedade.”
Mesmo sem conseguir avisar clientes, já que os sistemas de comunicação estavam inoperacionais, Rosa manteve a porta aberta e o espírito positivo: “A vida não acabou ontem. Nem vai acabar. Temos de continuar a lutar”.
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