Coimbra

Comerciante de Coimbra vive pesadelo no aeroporto durante apagão: “Estavam a evacuar”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 horas atrás em 29-04-2025

Esta manhã, 29 de abril, o Notícias de Coimbra esteve no Mercado D. Pedro V para perceber o impacto que o apagão teve na cidade e em Portugal.

Falámos com Ana Paula, gerente das Carnes da Nossa Aldeia, que relatou o caos vivido, não só em Coimbra, mas também no Aeroporto de Lisboa, onde se encontrava no momento da falha elétrica.

“Ontem tive que ir buscar um familiar ao aeroporto de Lisboa e realmente estava caótico. Estavam a evacuar o aeroporto e estava uma confusão tremenda. Foi como achar uma agulha num palheiro”, descreve. Chegou ao local já durante o apagão, por volta das 15:00, e demorou mais de uma hora para percorrer apenas 800 metros até ao terminal. “Para chegar lá foi um filme, com filas intermináveis. O acesso ao aeroporto estava completamente condicionado. Para fazer 800 metros estive uma hora, uma hora e pouco”, refere.

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Embora o seu estabelecimento estivesse fechado por ser dia de folga, Ana Paula mostrou-se preocupada com os efeitos que um apagão pode ter sobre o seu negócio, especialmente em dias normais de funcionamento. “Portugal não está preparado para uma situação destas. Aqui no mercado não há geradores, e nós também não temos. Se isto fosse numa segunda-feira de mercadoria cheia, não tínhamos maneira de aguentar mais do que 10 horas sem energia”, aponta.

A ausência de soluções imediatas para manter produtos perecíveis em segurança preocupa a comerciante, que considera que a situação deveria servir de alerta. “Neste desastre todo foi uma situação positiva”.

Ana Paula admite que temeu que a falha durasse mais do que as oito horas. “Era uma incerteza. Ninguém sabia de nada. Para o final começaram a haver algumas informações mais concretas, mas no início não”, conta, referindo também a propagação de desinformação nas redes sociais.

Questionada sobre o sentimento vivido durante o apagão, Ana Paula descreveu-o como um momento de impotência. “É um sentimento de impotência. Nós não temos capacidade para resolver o problema. Não temos noção que coisas tão básicas nos fazem tanta falta. E acabam por limitar tudo, porque ficamos sem comunicação e, quer queiramos, quer não, estamos super condicionados. Não temos maneira de comunicar uns com os outros e isso faz toda a diferença”, aponta.

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