Portugal

Francisco pegou imagem de Nossa Senhora ao colo e tocou o povo no Brasil

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 horas atrás em 24-04-2025

Imagem: JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

 A última visita do Papa Francisco ao maior Santuário católico do Brasil, em 2013, ficou marcada pelo momento em que pegou na imagem de Nossa Senhora Aparecida ao colo, disse à Lusa Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida.

“Foi um privilégio a vinda do Papa Francisco a Aparecida porque não estava no ‘script’ do Vaticano e ele fez questão de dedicar à Aparecida um momento apostólico, um momento de presença”, lembrou o arcebispo brasileiro.

“O Papa ama muito Nossa Senhora, mas também Nossa Senhora Aparecida, que ele chama de mãezinha. Ele, quando aqui esteve, pegou a imagem de Nossa Senhora no colo e isso tocou muito o coração do povo de Deus (…) Não podemos esquecer que Francisco, com essa devoção à Nossa Senhora Aparecida, mãe de Jesus, valorizava muito o Santuário”, acrescentou.

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A passagem de Francisco pelo maior santuário católico do Brasil aconteceu em julho de 2013, pouco tempo depois de ser eleito sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica, num evento paralelo à XXVIII Jornada Mundial da Juventude, organizada no Rio de Janeiro. Mais de 200 mil fiéis estavam presentes no Santuário, segundo as autoridades locais.

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida é o principal destino de peregrinos e devotos do Brasil porque abriga uma pequena imagem de Nossa Senhora encontrada por pescadores em 1717 no rio Paraíba do Sul, cujo aparecimento nas águas foi associado a milagres que a tornaram um símbolo de fé, proteção e esperança para os fiéis brasileiros. 

O Brasil tem quase 183 milhões de católicos, 13% do total mundial, segundo dados do Vaticano referentes a dezembro de 2022. O país sul-americano lusófono ainda abriga o maior número de católicos do mundo, apesar de registar um aumento expressivo no número de evangélicos.

Francisco já havia visitado a cidade e o Santuário de Aparecida em 2007, quando era conhecido apenas como Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo e Cardeal de Buenos Aires.

“Eu convivi com ele durante um mês aqui, porque eu participei da Assembleia da Quinta Conferência de Aparecida, e ele ainda não era Papa, mas estava sempre no meio do povo, sempre rezando no santuário, lá nos pés da imagem e se comunicando muito”, contou à Lusa.

“E uma das coisas mais bonitas é que ele era o encarregado, enfim, de toda a assembleia, e colocou lá esse pensamento sobre a presença dos peregrinos em Aparecida que contagiou positivamente a assembleia, quer dizer, os 400 bispos da assembleia foram tocados pela fé dos peregrinos e da mãe Aparecida”, completou.

O arcebispo brasileiro também fez questão de realçar que Francisco é amado pelos fiéis porque “ia sempre ao encontro do povo, sempre, em todas as viagens apostólicas, mas, aqui no Brasil, de modo especial. Então, esse carinho do Papa pelo povo é sumamente evangelizador e humanizador”.

Orlando Brandes mencionou que recebeu pessoalmente uma chamada de Francisco durante a pandemia da covid-19, que vitimou mais de 700 mil pessoas no Brasil.

“Ele teve a grande generosidade e bondade de telefonar para cá, se solidarizando com o povo brasileiro, dizendo, ‘olha, estou acompanhando toda a realidade do Brasil’ e queria se informar também como é que estava a questão da pandemia por aqui, um gesto extraordinário”, pontuou.

“Portanto, o Papa também nos cativou e cativou a todos por essa proximidade, por essa simplicidade no falar e, claro, por seu profetismo, pela sua mística e pela coragem com que conduziu o pontificado. Eu resumiria em quatro palavras esse pontificado: Primeiro, alegria, segundo, misericórdia, terceiro, esperança e quarto, coragem”, concluiu.

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