Coimbra
“Foi com Papa Francisco que a Igreja tomou noção da realidade atroz dos abusos sexuais”
Imagem: Diocese de Coimbra
O Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, reconheceu a “determinação” do Papa Francisco em trazer o assunto dos abusos sexuais de menores para o debate e a tomar “as decisões mais concretas e mais efetivas e com maiores implicações na vida da Igreja”.
Em entrevista ao NDC, o prelado recorda a sua determinação nesta matéria e que permitiu aos cristãos, e não só, “tomar noção de uma realidade, eu diria, atroz e nada famosa para a própria Igreja”.
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“Já tinha havido o início destes processos com o Papa João Paulo II e depois com o Papa Bento XVI, mas as decisões mais concretas e mais efetivas e com maiores implicações na vida da Igreja, de facto, foram tomadas pelo Papa Francisco”, afirma.
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Sobre o legado do seu mandato, D. Virgílio Antunes frisou o facto de durante 12 anos ter ido “ao encontro de cada pessoa, que se preocupa com cada pessoa, que está atenta a cada pessoa, que ouve, que escuta, que atende, que cura, que perdoa, que entusiasma”.
Depois, “o seu magistério e o magistério de ensino” e “aquelas imagens fabulosas (no período da Pandemia) de um homem que caminha, sozinho, solitário, na Praça de São Pedro, como quem encarnara a solidão, o sofrimento, a dor das pessoas que, naquela altura, estavam a sofrer no mundo inteiro”.
A experiência da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa foi outra das referências do Bispo de Coimbra. Sobre o que terá ficado por fazer, falou das “relações entre as pessoas na Igreja e as relações das pessoas da Igreja com o resto da humanidade que não se identifica nem com Cristo, nem com a fé cristã, nem com a Igreja”.
O relacionamento dos sacerdotes com “o povo de Deus numa visão de igreja, como nós temos dito, muito menos piramidal, mas uma igreja-povo de Deus (…) numa relação de colaboração, de responsabilidade” foi outro dos assuntos que já foi iniciado mas que o Papa Francisco não conseguiu concretizar.
Veja o Direto NDC com D. Virgílio Antunes
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