Uma organização ambiental norte-americana avançou com uma ação judicial contra três dezenas de grandes empresas de retalho, após detectar níveis elevados de um composto químico prejudicial à saúde nos papéis dos seus recibos.
O Center for Environmental Health (CEH), entidade sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, revelou que testes laboratoriais independentes identificaram concentrações significativas de Bisfenol S (BPS) em recibos de 32 retalhistas. O composto, menos conhecido do que o Bisfenol A (BPA) – já amplamente criticado pelos seus efeitos nocivos – tem propriedades semelhantes, interferindo com o sistema hormonal humano.
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Segundo a organização, o simples contacto com um recibo contendo BPS durante 10 segundos pode ser suficiente para exceder os níveis considerados seguros de exposição, o que representa um risco tanto para consumidores como para trabalhadores do setor, pode ler-se no pplware.
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“O BPS pode ser absorvido pela pele com extrema facilidade, mesmo em breves períodos de contacto”, alerta Mihir Vohra, responsável científico do CEH. O químico imita a ação do estrogénio no corpo humano e pode afetar o metabolismo, o desenvolvimento e a fertilidade.
Kizzy Charles-Guzman, diretora executiva da organização, denuncia ainda o que considera ser “uma substituição enganadora”: “Muitas empresas eliminaram o BPA dos seus produtos apenas para o substituir por um composto quase tão perigoso.”
A ação judicial exige que os retalhistas alertem os clientes de forma clara sobre os riscos associados ao manuseamento dos recibos. Em paralelo, a organização recomenda aos consumidores que optem por alternativas digitais sempre que possível e aconselha os trabalhadores a usarem luvas ou evitarem desinfetantes com álcool antes de tocarem em papel térmico — medida que pode aumentar a absorção de BPS.
Além das implicações para a saúde, o CEH lembra que o papel térmico não deve ser reciclado, uma vez que a presença de bisfenóis pode contaminar todo o processo e comprometer a segurança ambiental.
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