Pedro Nuno Santos vê-se envolvido em polémicas financeiras que remontam à sua aquisição de imóveis.
Em novembro de 2004, o político comprou a sua primeira casa em Lisboa, no valor de 245 mil euros, sendo que 175.000 foram financiados através de um crédito bancário, enquanto o restante montante foi coberto com capitais próprios da família, ou seja, com um apoio direto dos seus pais no valor de 70 mil euros.
Este auxílio financeiro, no entanto, foi uma exceção, conforme revelou o Correio da Manhã. O líder socialista confirmou que este foi o único caso em que recebeu apoio dos pais na compra de um imóvel.
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Mas as questões financeiras de Pedro Nuno Santos não param por aqui. Menos de uma década depois, já com a sua esposa, Catarina Gamboa, o secretário-geral do PS e a mulher adquiriram uma nova propriedade, desta vez em Telheiras, por 740 mil euros. Para esta compra, contraíram um novo crédito à habitação no valor de 450 mil euros, que foi liquidado em 2019, após a venda da casa na Praça das Flores por 485 mil euros, um montante consideravelmente superior ao valor de aquisição inicial.
Embora o líder do PS tenha mencionado que o dinheiro da venda da primeira casa foi utilizado para saldar o crédito de 450 mil euros, surgem questões sobre se os pais de Pedro Nuno Santos ajudaram a cobrir o saldo remanescente do crédito de 175 mil euros da casa original. No entanto, o político não fez menção explícita a isso.
Em relação à ligação entre as ajudas financeiras e contratos públicos que envolvem empresas de Américo Santos, familiar do líder socialista, Pedro Nuno Santos garante que não há conflito de interesses, citando pareceres favoráveis de 2019 e 2023 do Ministério Público e do Tribunal Constitucional.
Recentemente, o Ministério Público do Porto analisou uma denúncia anónima sobre a compra e venda de imóveis por parte de Pedro Nuno Santos, mas decidiu arquivar liminarmente o caso, sem abrir inquérito-crime. Entretanto, a Procuradoria-Geral da República iniciou uma “averiguação preventiva”, embora sem especificar os detalhes do processo.
A coligação que lidera o Governo, nomeadamente o CDS-PP e o PAN, expressaram o desejo de que o caso não domine a campanha eleitoral. Paulo Núncio, do CDS-PP, apelou para uma campanha focada no legado positivo da governação, enquanto a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu que a justiça deveria agora seguir o seu curso, sem permitir que o tema contaminasse o ambiente político.
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