A Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULSRA) reconheceu hoje a existência de constrangimentos para a realização da ecografia obstétrica do primeiro trimestre às mulheres grávidas no Hospital de Aveiro, devido à falta de médicos.
“A ULSRA reconhece que na presente data existem constrangimentos, mas apenas na realização da ecografia obstétrica do primeiro trimestre, atendendo à ausência não programada de médicos obstetras que, efetivamente, condiciona a realização destas ecografias em tempo útil”, refere uma nota deste organismo enviada à Lusa.
A informação surgiu após Nuno Teixeira, deputado do PCP na Assembleia Municipal de Aveiro, ter denunciado na noite de quarta-feira, a existência de constrangimentos no acesso das mulheres grávidas aos cuidados de saúde maternos no Hospital de Aveiro.
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Durante o período antes da ordem do dia, na Assembleia Municipal, Nuno Teixeira deu conta que o Hospital de Aveiro não consegue garantir a realização da ecografia obstétrica do primeiro trimestre (um exame de ultrassons que se realiza entre as 11 e as 14 semanas de gravidez) nem tão pouco a primeira consulta pré-natal.
O deputado comunista referiu ainda que a ULSRA terá enviado uma orientação aos centros de saúde para que seja passada uma credencial para as utentes grávidas realizarem a ecografia obstétrica do primeiro trimestre no privado.
No entanto, segundo Nuno Teixeira, a única clínica com convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) situa-se em Coimbra e tem uma enorme lista de espera. “As utentes não conseguem encontrar ali vaga e terão de pagar 140 euros para a realização daquela ecografia”, disse o deputado comunista.
Na resposta enviada à Lusa, a ULSRA reconhece que a resposta dos convencionados com o SNS na área da ecografia obstétrica é escassa não somente na região de Aveiro, mas a nível nacional, atendendo à reduzida oferta do setor privado nesta área de diagnóstico tão especializada.
“Porém, a ULSRA tem procurado obviar este problema, envidando todos os esforços na procura de alternativas para a realização de ecografias obstétricas, seja com recurso à prestação de serviços, seja com recurso ao setor privado, de forma a complementar a resposta dos convencionados, esperando-se que seja possível minimizar estes constrangimentos a curto prazo”, adianta a mesma nota.
Relativamente às consultas pré-natal, a ULSRA esclarece que foi procurada uma solução articulada com os médicos dos cuidados de saúde primários que mantêm, sem qualquer alteração, o acompanhamento da mulher durante todo o seu período de gravidez, conforme as normas da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O deputado comunista recordou ainda que no passado fim de semana ocorreu o nascimento de um bebe numa ambulância dos bombeiros de Ílhavo a caminho da maternidade de Coimbra porque a maternidade do Hospital de Aveiro se encontrava encerrada.
A ULSRA confirma o encerramento da urgência de Ginecologia/Obstetrícia/Bloco de partos no dia 13 de abril, mas esclarece que esta medida foi devida e atempadamente reportado às entidades de direito, nomeadamente, entre outros, aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, corporações de Bombeiros e DGS.
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