O projeto de transformação de parte do Mosteiro do Lorvão, no concelho de Penacova, distrito de Coimbra, num hotel de cinco estrelas ainda não avançou para obras, quatro anos depois da assinatura do contrato de concessão.
O contrato de concessão por 50 anos, no âmbito do Revive (programa destinado à requalificação de património do Estado com fins turísticos), foi assinado em março de 2021 entre Estado e Soft Time, empresa que venceu o concurso público, mas quatro anos depois, ainda não há sinal do arranque das obras daquela empreitada.
Questionado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, afirmou que a autarquia continua a aguardar a entrega das especialidades no município.
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“Houve uma reunião há mais de um mês entre Património Cultural e promotor para ver as questões relacionadas com a área da cultura e as fronteiras do projeto do Revive, mas não voltámos a ter novidades sobre o assunto”, disse.
Segundo Álvaro Coimbra, a expectativa da Câmara era de que as especialidades já tivessem dado entrada no município, recordando que no caso do hotel do grupo Vila Galé, na vila de Penacova, o processo começou há cerca de um ano e as especialidades já chegaram.
“Continuamos a acreditar que o projeto vai ser concretizado, embora haja alguma preocupação de um Revive concessionado em 2021 e estamos em 2025”, disse, considerando que o projeto de recuperação do imóvel previsto “é bastante interessante”.
Álvaro Coimbra desejava apenas “outra velocidade” no avanço do processo, mas mantém-se otimista que o mesmo se desenvolva.
A agência Lusa tentou por diversas vezes contactar o responsável da Soft Time, Sérgio Aleixo, mas sem sucesso.
Questionada pela Lusa, a Turismo de Portugal, entidade que coordena o Revive, disse, em resposta escrita, que a empresa pediu, “dentro do prazo, uma prorrogação para o início da exploração”, com informação complementar entregue em março que ainda está em análise.
“Assim, de acordo com o contrato vigente, e uma vez que o pedido foi submetido atempadamente, não existe situação de incumprimento”, esclareceu.
Sobre se a renda anual de cerca de 30 mil euros estava a ser paga, a Turismo de Portugal não deu qualquer resposta.
Em setembro de 2024, Sérgio Aleixo disse à Lusa que tinha a expectativa de entregar as especialidades entre o final daquele ano e o início deste.
Na altura, o responsável da Soft Time aclarou que o processo sofreu algum atraso relacionado com a atribuição do parecer favorável pela na altura Direção Regional da Cultura do Centro.
Sérgio Aleixo afirmava que a expectativa era arrancar com as obras no primeiro semestre de 2025 de um projeto que inicialmente se esperava que estivesse pronto em 2024.
A empresa também venceu em abril de 2024 o concurso de concessão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, no concelho vizinho de Coimbra.
Segundo o portal do Ministério da Justiça para as publicações de atos societários, a Soft Time, quando foi constituída, tinha um capital de 1.000 euros e tinha como objeto da sua atividade diversas e distintas áreas, como consultoria em segurança e higiene no trabalho, marketing, intermediação na compra e venda de empresas, compra e venda de imóveis, administração de condomínios e importação e exportação de automóveis.
Em 2020, de acordo com o mesmo portal, a empresa passou também a incluir no objeto da sua atividade áreas como a exploração de empreendimentos turísticos, comércio eletrónico, venda de reboques e moldes, entre outros.
Em 2021, o capital da empresa unipessoal passou a ter um capital 50 mil euros e em 2022 mudou a sua sede para o Lorvão.
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