Os consumidores portugueses enfrentam um aumento significativo no preço do café torrado moído. Pela primeira vez em três anos, desde que a DECO PROteste começou a monitorizar o preço de um cabaz com 63 bens essenciais, o valor do café ultrapassou os 4 euros. Entre a primeira e a segunda semana de abril, o preço de uma embalagem de 250 gramas subiu 45 cêntimos (um aumento de 12%), fixando-se agora em 4,18 euros.
Este aumento no preço do café não é isolado. Ao longo de 2024, o preço deste produto já tinha registado flutuações, com o valor mais alto do ano atingido em setembro, quando chegou aos 3,99 euros. Agora, em abril de 2025, o café volta a alcançar o preço mais elevado em três anos, deixando os consumidores a questionar o impacto nos seus orçamentos familiares.
Em contrapartida, o preço total do cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste registou uma ligeira descida na segunda semana de abril. A 9 de abril, o custo total foi de 238,16 euros, o que representa uma redução de apenas 34 cêntimos em relação à semana anterior. Contudo, desde o início de 2025, o valor do cabaz subiu 1,99 euros (um aumento de 0,84%). Comparado com o ano passado, o preço é quase o mesmo, mas há três anos, o valor do cabaz era 50,46 euros inferior.
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Entre os dias 2 e 9 de abril, os maiores aumentos percentuais no preço dos produtos foram registados no café torrado moído (12%), nos cereais integrais (15%) e no iogurte líquido (11%). Quando comparados com a primeira semana de 2025, os ovos (27%), o tomate (23%) e a carne de novilho para cozer (11%) registaram os maiores aumentos.
Desde o início da monitorização da DECO PROteste, em 2022, os maiores aumentos percentuais de preço foram observados na carne de novilho para cozer (100%), ovos (80%) e polpa de tomate (59%).
Outro fator que tem contribuído para o aumento dos preços é o fim da isenção de IVA em alguns alimentos. Desde o término da medida, a 4 de janeiro de 2024, o preço de uma cesta de 41 alimentos que estavam isentos de IVA aumentou em 3,36 euros, ou seja, mais 2,37%. Produtos como carne de novilho para cozer, dourada e ovos tiveram as maiores subidas desde a retirada do IVA zero.
Os aumentos de preços dos alimentos, especialmente produtos como carne, hortícolas, cereais e óleos vegetais, estão a ser impulsionados por uma série de fatores globais. A invasão da Ucrânia pela Rússia, a escassez de cereais e as dificuldades provocadas pela pandemia e pela seca, associadas ao aumento dos custos de produção, têm pressionado os preços ao consumidor.
Apesar dos aumentos contínuos de preços, a inflação em Portugal tem vindo a desacelerar. Em março, a taxa de inflação diminuiu para 1,9%, uma desaceleração em relação aos 2,4% de fevereiro e aos 4,3% de 2023.
Para os consumidores que procuram poupar, é recomendado comparar os preços dos supermercados e utilizar o simulador da DECO PROteste, disponível na plataforma Saber Poupar, para encontrar as melhores opções de compra.
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