A RTP teve a oportunidade de explorar uma aldeia experimental única no mundo, onde todos os seus habitantes vivem com Alzheimer, e que integra, ao mesmo tempo, um centro de investigação sobre a doença.
Localizada em cinco hectares de terreno perto de Dax, em França, a Village Landais Alzheimer recebe 120 moradores, 120 profissionais e 80 voluntários. O conceito da aldeia é inovador e desafiador: não há horários fixos para acordar, dormir ou fazer as refeições, os profissionais de saúde não usam bata branca e os residentes são tratados como “moradores”, enquanto as auxiliares são chamadas de “mordomas”. Tudo é pensado para criar um ambiente que não remeta para a noção tradicional de uma instituição de cuidados.
PUBLICIDADE
Na aldeia, as atividades diárias incluem visitas à mercearia local para as compras do dia, e algumas casas mantêm as portas abertas para permitir que os moradores deambulem livremente durante a noite, uma prática que visa preservar a autonomia e a liberdade.
PUBLICIDADE
Há cinco anos, uma equipa do Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica e da Universidade de Bordéus está a avaliar o impacto desta abordagem terapêutica na progressão da doença entre os moradores da aldeia. Os resultados obtidos nos primeiros três anos de investigação oferecem uma luz de esperança: embora a cura não seja uma realidade, há sinais de desaceleração da doença, oferecendo maior serenidade para os familiares e alívio para os profissionais de saúde.
Na Europa, estima-se que existam cerca de sete milhões de pessoas a viver com Alzheimer, um número que poderá duplicar até 2050. A grande questão que se coloca é: como acompanhar adequadamente estes doentes e as suas famílias? E será possível replicar o modelo da aldeia de Dax em outras partes do mundo?
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
