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Companhias aéreas estão a proibir powerbanks durante as viagens?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 dias atrás em 27-03-2025

Imagem: depositphotos.com

As powerbanks são vistas como acessórios indispensáveis para muitos viajantes, mas estão a tornar-se uma preocupação crescente para as companhias aéreas. O motivo? As baterias de iões de lítio, que já foram responsáveis por incidentes graves a bordo.

Um dos casos ocorreu em janeiro, num voo da Air Busan, onde um incêndio poderá ter sido causado por uma powerbank. Os investigadores encontraram vestígios de fusão elétrica nos restos do dispositivo, o que sugere que foi a origem do problema, segundo informações da CNN.

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E este não é um episódio isolado. Dados da Administração Federal de Aviação dos EUA revelam que, ao longo das últimas décadas, mais de 500 incidentes em pleno voo foram atribuídos a baterias de lítio, resultando em fumo, incêndios e calor extremo dentro das aeronaves.

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As baterias de iões de lítio podem tornar-se inflamáveis se forem usadas incorretamente ou submetidas a desgaste excessivo, desencadeando um fenómeno conhecido como fuga térmica. “Estas baterias podem funcionar como fonte de ignição ou como combustível para incêndios iniciados noutra parte do avião. O risco aumenta significativamente quando estão danificadas, inchadas, apresentam defeitos de fabrico, são sobrecarregadas ou sobreaquecidas”, explica Sonya Brown, designer aeroespacial.

Para reduzir este perigo, vários países e companhias aéreas estão a adotar novas restrições. Na Coreia do Sul, por exemplo, o governo proibiu que powerbanks e cigarros eletrónicos fossem guardados nos compartimentos superiores das cabinas. Em vez disso, os passageiros devem transportá-los debaixo do assento. Além disso, não é permitido carregar powerbanks através das entradas USB dos aviões. Recomenda-se ainda que as suas tomadas sejam protegidas com fita adesiva ou guardadas em bolsas próprias para evitar contacto com metais.

A AirAsia foi uma das primeiras companhias a proibir o uso de powerbanks durante os voos, e outras seguiram o exemplo, como a EVA Air, China Airlines e Uni Air. A tendência parece estar a espalhar-se e poderá tornar-se uma regra generalizada no setor da aviação.

Para quem faz viagens longas, esta medida pode ser um inconveniente, especialmente para aqueles que utilizam dispositivos eletrónicos para trabalhar ou ver filmes e séries a bordo. No entanto, muitas companhias ainda permitem o transporte de powerbanks na bagagem de mão, embora com restrições.

Na maioria das companhias aéreas, os passageiros podem transportar powerbanks na bagagem de mão, mas geralmente com um limite máximo de duas unidades por pessoa e uma capacidade total que não ultrapasse os 43.000 mAh.

A Ryanair, segunda companhia aérea mais utilizada pelos portugueses (apenas atrás da TAP), especifica nas suas regras que se um dispositivo de mobilidade elétrica tiver uma bateria de iões de lítio fixa, é permitido transportar na cabina uma bateria de reserva até 300 Wh ou duas baterias de reserva que não excedam 160 Wh cada.

Ainda segundo a CNN, uma bateria de 100 Wh (equivalente a cerca de 27.000 mAh numa bateria de 3,7V) consegue carregar um iPhone 13 Pro Max entre três a quatro vezes.

A TAP, companhia aérea mais utilizada pelos portugueses em 2023, também impõe regras específicas. No caso dos cigarros eletrónicos, estes não podem ser transportados na bagagem de porão—só são permitidos na bagagem de mão e não podem ser carregados durante o voo.

Quanto a dispositivos eletrónicos alimentados por baterias de lítio, a TAP autoriza um máximo de 15 unidades por passageiro, desde que o conteúdo de lítio metálico não ultrapasse os 2 g e as baterias de iões de lítio não excedam os 100 Wh. No caso das powerbanks, o limite é de duas por passageiro.

Com as novas regras cada vez mais restritivas, os passageiros devem verificar as políticas da sua companhia aérea antes de viajar para evitar surpresas no aeroporto.

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