Coimbra

Académica conta tostões para pagar salários de milhões

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 03-08-2016
 | INVESTIGAÇÃO NDC |

Ainda não passaram dois meses desde a eleição dos novos corpos gerentes da Briosa e com o primeiro jogo da Académica para a Segunda Liga, em Olhão, já no próximo Sábado, NDC entra em campo para fazer a sua investigação sobre o estado do clube que foi dirigido por mais de uma década por José Eduardo Simões (JES).

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Usando como fontes as entrevistas dadas aos nossos “queridos diários  As Beiras e Diário de Coimbra pelo actual Presidente, Paulo Almeida (o NDC e o Campeão das Províncias foram excluídos)  e as parcas declarações do mesmo no âmbito do despedimento coletivo em curso, os relatórios e contas dos anteriores mandatos e tendo contactado com academistas conhecedores da realidade, apuramos que eram vários os salários milionários na instituição que pretende ser um símbolo símbolo da cidade.

Exemplos dos elevados salários foram os casos dos jogadores Selim Bouadla, Trigueira, Lee e  Iago com que a atual direção chegou a acordo.

Só nestes quatro jogadores a Académica vai poupar poupar quase €400.000,00 em salários. Ou seja,um centena de milhar de euros / época por jogador.Mas para além desses casos, os jogadores envolvidos no despedimento coletivo ganham aproximadamente um milhão de euros época, sendo que dois destes ganham quase metade daquele valor.

Ou seja haverá salários na ordem dos 20 mil euros por mês para alguns jogadores. NDC sabe que a direção pretende que todos os jogadores baixem os salários para que seja possível assegurar a sustentabilidade do clube e aponta para uma proporção equivalente ao da quebra das receitas, ou seja, 75%.

Segundo foi possível apurar nenhum jogador dos novos ou dos que renegociaram o contrato, tem um salário anual que exceda 25% do jogador mais caro que consta do despedimento coletivo.

Sabemos que a maioria da direção sabia do estado do clube com referência à data da discussão das últimas contas, mas, “nunca pensou que a anterior direção não tivesse salvaguardado o clube em termos contratuais com os jogadores da equipa profissional”. “Até porque estes elementos foram sempre escondidos por José Eduardo Simões”, alega um conhecido academista.

Além dos elevados salários,a ausência de cláusula que salvaguardasse o clube em caso de descida terá sido mesmo a maior surpresa para a equipa de Paulo Almeida (PA).

Estamos a falar de dois milhões de euros! É que nenhum dos clubes que lutava pela manutenção na anterior primeira liga, como foi o caso da AAC nas últimas 3 épocas, têm salários da grandeza encontrada. Mais, clubes como o Belenenses tem cláusulas que permitem descer até 75% em caso de descida de divisão.

Até Joaquim Evangelista, Presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol diz ser essa uma pratica habitual dos clubes, com reduções de pelo menos 25%, estranhado a AAC não a ter aquando da celebração dos contratos.

As receitas da PPTV (direitos televisivos) eram de 2,6 milhões e não os 2 milhões anunciados e previstos no orçamento do ano passado. Passam agora a 500 mil euros! É a vida…na segunda divisão.

Sabemos que os patrocinadores que se mantém reviram também os valores em função da ausência de televisão. Estes dados terão sido fornecidos ao sindicato no procedimento de despedimento coletivo que não os pôs em causa.

Além dos impostos que teve de regularizar relativos ao período da anterior direção, o que não terá sido fácil e teve episódios rocambolescos, o despedimento coletivo foi uma das medidas mais duras que a direção teve de adoptar em face ao que designam de “pesada herança” da anterior direção.

Mas  essa medida não deverá ser a única. A negociação, ainda se mantém, apesar de já ter terminado a fase de reuniões com sindicato dos jogadores.

A avaliação de risco que nestes casos pesa na decisão e o abrir da “caixa de pandora” que é o despedimento coletivo numa sociedade unipessoal por quotas que tem uma equipa de futebol profissional foram assumidos, até porque não fazer nada seria trágico num clube que não tem meios para pagar aqueles altos vencimentos.

NDC sabe que processo de despedimento colectivo não deverá abranger apenas as futebolistas profissionais da AAC mas também atinge funcionários, estando mesmo alguns a receber propostas de redução dos vencimentos, não sendo do conhecimento público quanto é que a Académica vai poupar?

academica
Entretanto,  a Académica mudou de advogados. A equipa de Maria José Vicente e  Ricardo Guedes Costa (membros de órgãos sociais nos mandatos de JES com escritórios no Estádio) foram substituídos, pelos menos nalguns processos por Carina Sá Ferreira, jurista próxima de Paulo Almeida.

A restruturação associativa, financeira e desportiva foi o compromisso da direção aquando das eleições para manter a “Académica Viva”, pois “só assim seria possível salvar o club”e. 

“Todos os que aceitaram integrar o projeto estão a sacrificar alguma coisa” para salvar a Académica. (Pode ler-se na entrevista do Presidente Paulo Almeida, As Beiras, nas mesmas páginas em que o director do jornal o trata por “individuo”).

As contas anteriores já revelavam um “enorme buraco”, verificando-se que em 2014 o resultado líquido da sociedade que gere o futebol profissional foi negativo em 2.049.001,92 euros, e em 2015 foi negativo em 1.458.103,72 euros.

NDC tem conheciemnto que a par da reestruturação da Académica, os efeitos laterais das impopulares medidas tem sido a outra grande preocupação da direção e por isso pouco ou nenhumas são as entrevistas ou declarações públicas dos diretores.

Já com uma imagem “irremediavelmente comprometida” fruto da condenação do ex-Presidente por corrupção seguida da descida do clube a 2.a liga, a excepção foram as entrevistas do novo Presidente aos dois diários (tendo excluído o NDC e o Campeão das Províncias) – a pretexto do despedimento colectivo – imperando, ao que se sabe, a cautela nas declarações públicas, uma vez que em Setembro quando a cidade académica vier de férias, haverá uma assembleia geral de sócios precedida de um Conselho Académico que se avizinham muito participados.

A campanha de novos sócios e de recuperação dos antigos foi prolongado até ao final de Agosto, segundo o site do clube.

Recordamos que a Direcção da Associação Académica de Coimbra/OAF está a promover duas campanhas distintas: uma de angariação de novos sócios e outra de recuperação de antigos sócios.

A Académica afirma que nas três semanas de campanha registaram mais de 200 pessoas que se filiaram à AAC/OAF ou que retomaram a sua condição de associadas.

A média diária de novos registos é assim de cerca de 12 pessoas por cada dia útil. Se tivermos em consideração o número de sócios inscritos nos últimos cadernos eleitorais, estamos a falar de um aumento de quase 10% em apenas três semanas de campanha, a que os sócios não podem aderir online ou na loja do Dolce Vita, o que obriga a uma visita ao Estádio Cidade de Coimbra em horários de expediente.

Entretanto, o Centro Comercial Dolce Vita mudou de designação. Agora chama-se Alma Shopping. A Académica não nos diz se a Academia Dolce Vita vai mudar Academia do/a Alma ou outra marca, mas nas informações enviadas pelo clube à comunicação social deixou de constar a marca Dolce Vita.

 paulo almeida

Paulo Almeida declarou nas entrevistas aos “diários de papel que José Eduardo Simões terá emitido nos últimos dias do seu mandato um cheque a seu favor. 

Em comunicado, o anterior presidente disse que não levou esse valor. JES quer que PA lhe peça desculpa. PA não respondeu.  Manterá o que disse no mesmo dia aos dois diários? Vamos saber toda a verdade na próxima Assembleia Geral?

NDC aguarda que a Académica nos informe se vai realizar algum jogo na condição de visitado fora do Estádio Cidade de Coimbra.

Também pretendemos saber qual  o  montante  da  divida  da  Associação Académica de Coimbra / Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF)  para  com  a  Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e da CMC para com a AAC/OAF.

O nosso jornal pretende ainda informar se o novo concessionário do Bingo já começou a pagar à Académica. Em caso afirmativo, queremos saber quanto pagou a PEFACO.

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