Política

Chefe da Marinha espera que próximo Governo prossiga investimento na Defesa

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 dia atrás em 20-03-2025

O Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Nobre de Sousa, afirmou hoje que espera que o próximo Governo prossiga o investimento na área da Defesa, alertando que “não se pode improvisar”, num contexto de instabilidade internacional.

“Este Governo desenvolveu um conjunto de medidas nesse sentido, e aquilo que eu espero é que o próximo Governo prossiga nesta linha – obviamente adaptando à circunstância de quem liderar o Governo na altura – mas que prossiga na linha de perceber a importância de reforçar a área da Defesa”, salientou, interrogado sobre os impactos da crise política nacional nos investimentos das Forças Armadas.

PUBLICIDADE

publicidade

O almirante Nobre de Sousa falava aos jornalistas à margem da cerimónia de largada do Navio da República Portuguesa (NRP) D. Francisco de Almeida, na Base Naval de Lisboa, situada em Almada, Setúbal, que vai estar cerca de um mês no Mediterrâneo para integrar uma força marítima multinacional europeia, e participar em vários exercícios, incluindo um da NATO.

PUBLICIDADE

“Eu diria que nos entra pelas televisões, pelos telemóveis, pela comunicação no dia-a-dia, e penso que os cidadãos estão a perceber que de facto é o momento de repensar a abordagem e o investimento na área da Defesa porque são investimentos que levam algum tempo a produzir efeitos, não se podem improvisar, têm que se estruturar e planear adequadamente”, realçou.

Nobre de Sousa realçou que as Forças Armadas não são imunes, “como qualquer outro cidadão”, à atual crise política do país, mas salientou que existem “mecanismos de planeamento” que permitem “mitigar eventuais problemas”.

O almirante destacou ainda que a área da Defesa tem beneficiado, “desde há 50 anos a esta parte, de um consenso muito alargado na sociedade e nos níveis de decisão política”.

“Neste momento, e já estava a ser assumido por este Governo e no atual quadro geopolítico e geoestratégico, é inequívoca a importância de reforçar o investimento na área da Defesa”, frisou.

Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que na quarta-feira admitiu a possibilidade de Portugal enviar militares portugueses para a Ucrânia no âmbito de um processo de paz “com garantias de segurança”, Nobre de Sousa disse apenas que as Forças Armadas têm que estar prontas para qualquer cenário decidido pelo poder político.

Essa preparação passa por exercícios como aqueles nos quais os 146 militares que embarcaram hoje no NRP D. Francisco de Almeida vão participar até ao próximo dia 26 de abril.

O navio, comandando pelo capitão-de-fragata Paulo de Carvalho dos Santos Garcia, largou hoje em direção ao Mar Mediterrâneo com o objetivo de participar na ‘European Maritime Force’ (EUROMARFOR), uma força marítima multinacional não permanente criada em 1995 por Portugal, França, Itália e Espanha e integrar o grupo de escolta ao porta-aviões francês Charles de Gaulle.

No âmbito desta força multinacional europeia, o NRP D. Francisco de Almeida vai participar no exercício italiano MARE APERTO 2025.

Antes, os militares portugueses vão ainda integrar o exercício aeronaval ‘NATO Dynamic Mariner 2025’.

Na cerimónia de largada, presidida pelo Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco, o governante considerou que o serviço destes militares “reveste-se de importância maior, sobretudo no atual contexto de instabilidade internacional”.

“A vossa presença no Mediterrâneo será um contributo valioso para a proteção da presença de Portugal nas grandes questões de segurança marítima e um contributo inestimável para aqueles que neste mar venham a ser beneficiários direitos do vosso serviço em missão”, afirmou, perante os militares.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE