O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então.
Em entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que a perspetiva da imposição de tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América (EUA) e a retaliação dos seus parceiros comerciais provoca “muitas incertezas” e torna a situação atual “muito volátil”.
“Cada dia uma nova taxa é imposta ou é retirado um imposto anunciado”, disse o antigo ministro da economia de Espanha a jornal britânico, falando da incerteza e instabilidade criada pela administração de Donald Trump.
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Desde que regressou à presidência dos Estados Unidos, em janeiro, Donald Trump lançou uma série de ofensivas comerciais contra os seus parceiros comerciais, por considerar que os Estados Unidos estavam a ser injustiçados no comércio mundial.
Para o número dois do BCE, uma guerra comercial será uma situação em que todos perdem, pois penalizará o crescimento económico pelo aumento dos preços.
A “desregulação” financeira que a administração Trump defende é outra “fonte de incerteza”, bem como a redução de impostos sobre os lucros das empresas, que “poderá afetar os fluxos de capitais” entre a Europa e os EUA, estima Luis de Guindos.
Sobre o plano de armamento da Comissão Europeia, que prevê um aumento das despesas dos Estados-membros em defesa para 1,5% do PIB, o espanhol considerou que é “certamente uma decisão na boa direção” mas que ainda falta conhecer mais detalhes e “uma avaliação precisa do seu impacto na economia”.
Apesar deste contexto de incertezas, na entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que o processo de desinflação está correr bem, mostrando-se confiante de que inflação convergirá de forma duradoura para o objectivo do BCE dos 2% “no final deste ano ou no início do ano próximo”.
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