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Yazaki Saltano despede 364 trabalhadores

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 horas atrás em 14-03-2025

Imagem: DR

A fábrica de Ovar, no distrito de Aveiro, da japonesa Yazaki Saltano vai despedir 364 trabalhadores, o que a empresa justifica com a “atual situação crítica da indústria automóvel europeia”.

“A Yazaki Saltano de Ovar é forçada a iniciar um processo de redução de efetivos contemplando 364 colaboradores e, nesse sentido, teve já início a consulta com os representantes dos trabalhadores e sindicatos”, confirmou à agência Lusa.

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A Yazaki Saltano, um dos principais fornecedores de sistemas elétricos e eletrónicos para a indústria automóvel, escreve que “está a ser fortemente afetada pela atual situação crítica da indústria automóvel europeia”, crise essa que fez com que as vendas estejam “significativamente aquém das expectativas”.

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“A indústria automóvel enfrenta atualmente desafios não só na Europa, mas também a nível global, e a transição para a mobilidade elétrica está a progredir a um ritmo mais lento do que o esperado. Como resultado, os valores de vendas de peças da Yazaki têm consistentemente registado resultados abaixo das projeções durante vários meses”, lê-se no comunicado.

Segundo a empresa, a fábrica de Ovar está a ser “especialmente afetada pelos desenvolvimentos no setor, não existindo qualquer previsão de uma mudança positiva a longo prazo”.

“Por este motivo, a empresa vê-se obrigada a adotar as medidas agora comunicadas. Embora exista a possibilidade de alguns trabalhadores serem realocados a áreas de negócio não afetadas, não é possível oferecer soluções alternativas à maioria dos impactados”, aponta.

A empresa garante, ainda, que “todos os procedimentos legais necessários foram cumpridos” e avança que foi criado “um Gabinete de Apoio exclusivamente dedicado a este tema, com o objetivo de apoiar todos os trabalhadores afetados, com especial incidência na recolocação”.

Os trabalhadores terão sido informados desta decisão pela administração da fábrica na tarde de quinta-feira.

Fonte sindical indicou que o despedimento será transversal a vários setores da fábrica, com maior impacto sobre os mais velhos devido à proximidade à idade da reforma, bem como os que têm menos tempo de casa.

Contactado pela agência Lusa, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Centro-Norte apelou ao Governo para que intervenha junto da empresa.

“Entendemos que a empresa ao avançar para o despedimento coletivo fez uma opção pela medida mais gravosa, quando podia usar outros mecanismos possíveis antes de dar este passo. A empresa podia ter feito um compasso de espera e recorrido ao lay-off”, disse o coordenador do SITE Centro-Norte, Justino Pereira.

Lamentando falta de respostas por parte da tutela quando, em fevereiro, o sindicato, com base em “informações informais recolhidas, tentou alertar para este problema”, Justino Pereira pede à tutela que “tente suspender este despedimento, sugerindo medidas alternativas”.

“Este passo é muito definitivo. Estamos a falar da vida real dos trabalhadores”, frisou.

Para o coordenador do SITE Centro-Norte, a situação política atual e o cenário de novas eleições legislativas não retira responsabilidade ao Governo de Luís Montenegro.

O Governo apesar de estar na situação que está ainda tem competências executivas. Acho que o Governo devia tentar um contacto direto com a empresa. Podia tentar suspender a medida ou sugerir outras que ajudassem a salvaguardar estes postos de trabalho”, concluiu.

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