Coimbra

Zé Padeiro certificado pela Real Confraria da Cabra Velha

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 18-07-2016

A Real Confraria da Cabra Velha tem como principal objetivo defender, promover e divulgar a carne de cabra velha e os pratos que lhe estão associados, nomeadamente a Sopa de Casamento, a Chanfana, os Negalhos e o Chispe como característicos de Miranda do Corvo e seus pratos de eleição.

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chanfana miranda

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Gastronomia que está profundamente associado a um povo pobre, que vivia com muitas dificuldades, inteiramente associado ao “ciclo da carne de cabra” aproveitando quase integralmente um produto, tirando partido daquilo que a Natureza colocou à sua disposição.

No presente, seguindo a lógica de defesa, promoção e divulgação da nossa gastronomia, desafiou-se a restauração num contexto de certificação com base na confecção própria do Concelho de Miranda do Corvo.

Nesse sentido, deu- início ao processo de “Certificação de Restaurantes” que disponibilizem nas suas ementas os pratos resultantes do aproveitamento ancestral da cabra, nomeadamente a Chanfana, os Negalhos, a Sopa de Casamento e o Chispe.

Foram já vários restaurantes que mostraram esta disponibilidade, destacando-se os primeiros restaurantes mirandenses “Zé Padeiro” e “Cancela”, geridos por Patrícia Rodrigues e Hélder Cancela, respectivamente, e a “Adega de Coimbra”, no Chiado (Lisboa), gerido pelo nosso confrade Nuno Cadete.

No próximo dia 20 de julho, pelas 18:00,  a Real Confraria da Cabra Velha vai certificar o restaurante “Zé Padeiro”.

O restaurante “Zé Padeiro” iniciou a sua atividade no ano de 1981. Para além de servir pratos tradicionais foi sempre reconhecido em Miranda do Corvo na confecção do leitão assado, bem como pelo seu excelente atendimento.

Segundo apontam os elementos históricos, a Chanfana teria, eventualmente, surgido no Mosteiro de Santa Maria de Semide, instituição religiosa pertencente atualmente à freguesia de Semide.

A generalização do seu consumo ocorre após a 3ª Invasão Francesa, apoiada numa região com tradição na produção vinícola e da indústria de transformação de barro. Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros, com dependência do Mosteiro e explorado nas suas rendas pelas Monjas Beneditinas, onde os pastores pagavam o tributo com cabras.

Compreensivelmente, a população libertava-se dos animais mais velhos que já não lhes davam o leite e se reproduziam.

Como as monjas não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respetiva carne, aproveitando o vinho que lhes era entregue pelos rendeiros e demais ingredientes.

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