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Descobertos destroços de navio que se afundou há mais de 130 anos

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 horas atrás em 12-03-2025

 Exploradores de uma sociedade histórica que se dedica a naufrágios descobriram os destroços do navio “Western Reserve”, um cargueiro que esteve por localizar durante 132 anos nos Grandes Lagos da América do Norte.

O “Western Reserve” foi um dos primeiros navios de carga totalmente em aço a atravessar os Grandes Lagos, construído para bater recordes de velocidade, o cargueiro de 91,4 metros, apelidado de “galgo do interior” pelos jornais, era suposto ser um dos navios mais seguros a navegar.

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O proprietário, Peter Minch, estava tão orgulhoso do navio que levou a mulher e os filhos a bordo para um passeio de verão em agosto de 1892.

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Quando, nessa mesma viagem, o navio entrou na Baía de Whitefish, no Lago Superior, entre o Michigan e o Canadá, a 30 de agosto, surgiu um vendaval.

Sem carga a bordo, o navio estava leve e a flutuar na água, a tempestade o partiu-o ao meio, matando 27 pessoas nessa noite, incluindo a família Minch.

O único sobrevivente foi o timoneiro Harry W. Stewart, que nadou uma milha (1,6 quilómetros) até à costa, depois de o seu bote salva-vidas ter virado.

Durante quase 132 anos o lago escondeu os destroços do navio até que, em julho de 2024, exploradores da Sociedade Histórica de Naufrágios dos Grandes Lagos localizaram o “Western Reserve” ao largo da Península Superior do Michigan.

A sociedade anunciou a descoberta no sábado, durante o Festival Anual de Navios Fantasmas, em Manitowoc, Wisconsin. O Diretor Executivo, Bruce Lynn, considerou a descoberta um dos achados mais significativos da sociedade.

“Há uma série de histórias simultâneas que tornam isto importante”, disse Lynn numa entrevista telefónica à agência de notícias The Associated Press.

“A maioria dos navios ainda era de madeira. Era um navio tecnologicamente avançado. Eles eram uma família famosa na época. Temos este novo navio, considerado um dos mais seguros do lago, com nova tecnologia, um navio muito grande. (A descoberta) é outra forma de mantermos viva esta história”, acrescentou Lynn.

Darryl Ertel, o diretor de operações marítimas da sociedade, e o seu irmão, Dan Ertel, passaram mais de dois anos à procura do “Western Reserve”.

Lynn disse que este inverno os irmãos delinearam uma grelha de busca e a 22 de julho, partiram no David Boyd, o navio de investigação da sociedade. No entanto, o tráfego intenso de navios nesse dia obrigou-os a alterar a sua rota e a procurar numa área adjacente à grelha original, disse Lynn.

Os irmãos rebocaram um conjunto de sonares de varrimento lateral atrás do navio. O sonar lateral faz uma análise a estibordo e a bombordo, fornecendo uma imagem mais ampla do fundo do que o sonar tradicional montado sob um navio.

A cerca de 60 milhas (97 quilómetros) a noroeste de Whitefish Point, na Península Superior, detetaram uma linha com uma sombra por trás. Aumentaram a resolução e avistaram um navio partido em dois, com a proa apoiada na popa. Cada secção tinha 150 pés (45,2 metros) de comprimento, sugerindo que tinham encontrado o “Western Reserve”.

Oito dias depois, os irmãos voltaram ao local com Lynn e colocaram no local um drone submersível equipado com iluminação de alta intensidade e uma câmara de alta resolução.

O drone devolveu imagens nítidas de um farol que coincide com o farol de estibordo do “Western Reserve”, que tinha dado à costa no Canadá depois de o navio se ter afundado. Esse farol foi o único artefacto recuperado do navio.

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