Política

Ministro da Defesa considera que se oposição rejeitar moção de confiança vai assegurar “divórcio com portugueses”

Notícias de Coimbra com Lusa | 18 horas atrás em 10-03-2025

O ministro da Defesa e presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou hoje que se a oposição rejeitar a moção de confiança estará a “assegurar um divórcio com os portugueses”, realçando a importância do seu partido no executivo.

“Aquilo que a oposição pretende é prolongar tudo isto até ao último momento, mas amanhã se rejeitar esta moção de confiança que surge por causa disto, – e bastava uma abstenção – o que as oposições estão a assegurar é um divórcio com os portugueses, não é um ataque ao Governo. Os portugueses não querem nem a crise política, nem as eleições”, defendeu o centrista.

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Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do CDS-PP – partido que integra o Governo minoritário com o PSD – considerou que a atual crise política é “absolutamente desnecessária” e disse ainda acreditar que “até ao último momento haja um relampejo de lucidez” na votação da moção de confiança, agenda para terça-feira, e que tem chumbo previsto, ditando a queda do executivo.

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Nuno Melo considerou que à oposição só sobram “ataques pessoais”.

“Quando se governa bem e não se tem argumentos para combater politicamente o governo, sobra a pequena política. Sobra aquela suspeição que fica no ar sem que se comprove coisa nenhuma. A insinuação torpe. Sobra aquilo que é uma certa lama disfarçada de escrutínio. Quem depois quer perpetuar isto com uma moção de censura, outra moção de censura, uma comissão parlamentar de inquérito, para lá adiante acabar com outra moção de censura, achando-se que, do lado de quem está no governo, não há momento em que se tem que dizer «desculpe, mas basta»”, argumentou.

O centrista afirmou que se sente “muito orgulhoso” de fazer parte do executivo e realçou a importância do CDS na ação governativa.

“O CDS nesta coligação não é uma espécie de filial do PSD, é um partido de corpo inteiro que está aqui para ajudar na governação. Com total lealdade e ajudando a resolver problemas. Aliás, quando nós falávamos do sucesso da governação, eu não tenho dúvida nenhuma de que se há pasta onde o sucesso hoje é medido é também na Defesa Nacional”, afirmou, referindo-se ao ministério que tutela.

Interrogado sobre se tem a garantia de que vai continuar a integrar o executivo caso o PSD se candidate novamente a eleições legislativas coligado com o CDS na Aliança Democrática (AD), Nuno Melo repetiu que acredita que “até ao último momento” mantém a esperança de que “uma réstia de luz ilumine algumas almas” e o país não vá a eleições antecipadas.

“A única garantia que lhe posso dar é que se tivermos que ir a votos, enquanto presidente do CDS e parte de uma coligação, farei tudo, todos os dias, para que seja feita justiça nas urnas”, respondeu, classificando como “quase criminoso o que está a ser feito”.

Quanto a um cenário no qual uma eventual coligação inclua a Iniciativa Liberal, Nuno Melo sublinhou que “o peso do CDS foi relevante para que a AD vencesse as eleições” e apontou que “o acordo que o CDS tem é com o PSD” e que se estende até às autárquicas.

“Enquanto nós estivermos neste Governo, não entra mais ninguém porque este Governo é destes partidos. O que vai acontecer no futuro só Deus sabe. Mas o que importa mesmo é que sejam sempre encontradas fórmulas que sejam importantes para Portugal, resolvam os problemas dos portugueses. E com o CDS dentro do Governo, os problemas dos portugueses serão melhor resolvidos”, completou.

Sobre se apoiaria uma eventual candidatura de Paulo Portas, antigo líder do CDS-PP, às eleições presidenciais de 2026, Nuno Melo não quis antecipar ciclos eleitorais e realçou que estão em causa “impulsos individuais”.

“Não trago ruído de um cenário que é distante – independentemente da minha expressão de vontade – para duas eleições que são muito importantes e pregas: se tiverem que acontecer, eleições legislativas, espero que não, e depois dessas, as eleições autárquicas. E se for caso do Paulo Portas ser candidato, voltaremos a falar sobre isso”, afirmou.

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