Coimbra

Câmara apela a suspensão de greve dos SMTUC. “Apenas irão prejudicar seriamente os munícipes”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 dias atrás em 07-03-2025

A Câmara de Coimbra apelou hoje à suspensão da greve de três dias marcada para os Transportes Urbanos face ao “cenário mais provável da queda do Governo”, já que parte das reivindicações dos motoristas dependem da administração central.

Os dias de greve marcados de segunda-feira a quarta-feira “não vão acrescentar rigorosamente nada ao processo em curso e apenas irão prejudicar seriamente os munícipes que não dispõem de transportes alternativos, razão pela qual, face ao cenário mais provável da queda do Governo na terça-feira, a Câmara de Coimbra reitera o forte apelo para a suspensão da greve até um novo Governo entrar em funções”, pode ler-se num comunicado enviado hoje à agência Lusa pelo município.

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O comunicado surge depois de um plenário de trabalhadores confirmar a greve de segunda-feira a quarta-feira nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), o segundo momento de paragem no espaço de dois meses de uma luta que se estende até setembro (mês em que deverão realizar-se as autárquicas), com um total de 44 dias de paragem previstos.

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A Câmara de Coimbra reiterou que tem “feito tudo o que está ao seu alcance” para garantir uma carreira diferenciada e melhor remunerada para os motoristas dos SMTUC, cuja luta considera legítima.

Segundo o município, o executivo liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt) tem mantido diálogo com o atual Governo, que tem decorrido de forma “muito positiva e com vontade de ambas as partes”.

No entanto, o processo sofreu um revés com a demissão do anterior secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território (SEALOT), Hernâni Dias, que atrasou a marcação de uma reunião entre Governo, município e representantes dos trabalhadores.

O novo SEALOT, Silvério Regalado, “pegou de imediato no dossiê SMTUC e manifestou já a sua total disponibilidade para vir rapidamente a Coimbra reunir com a Câmara e com os representantes dos trabalhadores”, afirmou o município.

Caso o atual Governo se mantenha em funções, Silvério Regalado estará “totalmente disponível para, no exercício integral das suas funções, promover a mencionada reunião e trabalhar por um desfecho positivo no mais curto espaço de tempo”, vincou a Câmara, que disse acreditar ao mesmo tempo que, caso a moção de confiança seja chumbada, a greve agora marcada será “completamente extemporânea e ineficaz”.

No comunicado, a autarquia afirma ainda que o problema dos motoristas nunca foi resolvido e tem muitos anos, mas jamais se viu “este nível de greves que, paradoxalmente, surgem exatamente quando um executivo na Câmara de Coimbra está verdadeiramente empenhado em trabalhar em todas as soluções legais e sempre aberto ao diálogo com os trabalhadores”.

Questionada pela agência Lusa, a dirigente regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Luísa Silva, afirmou que não deverá ser marcado um plenário extraordinário de trabalhadores, considerando que “faz sentido manter a greve”.

“O Governo ainda não caiu e ainda está em funções”, disse, referindo que, mesmo que a moção de confiança seja chumbada, o atual executivo poderá “preparar o dossiê” para um próximo Governo concretizar.

Luísa Silva aclarou ainda que os trabalhadores não estavam à espera que o Governo “resolvesse o problema dos motoristas entre fevereiro e março”, mas que desse um sinal de abertura, que não deu.

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