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Universidade de Coimbra vai aliar Inteligência Artificial e computação quântica na luta contra o cancro gastrointestinal
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Mais de dois milhões de novos casos de cancro colorretal são diagnosticados anualmente em todo o mundo.
Um projeto internacional, no qual participa a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a Faculdade de Medicina (FMUC) e o Centro de Estudos Sociais (CES), está a explorar tecnologias de computação quântica e inteligência artificial (IA) para revolucionar a deteção e prevenção de patologias gastrointestinais.
De acordo com Gabriel Falcão, professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT) de Coimbra, “este tipo de cancro pode muitas vezes ser detetado precocemente graças à identificação de pólipos existentes no trato digestivo. Em muitos países, os rastreios começam por volta dos 45 ou 50 anos, sendo uma ferramenta essencial na prevenção e diagnóstico precoce”.
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Atualmente, procedimentos como a cápsula gastrointestinal, que gera cerca de 10 horas de imagens, e a colonoscopia, que produz uma grande quantidade de dados em apenas 20 a 30 minutos, criam desafios significativos na análise de dados. “Num cenário ideal, se conseguíssemos fazer uma monitorização em massa de uma grande parte da população, o volume de dados gerado seria tão grande que nenhum computador clássico seria capaz de processar toda essa informação de forma eficiente”, explica o responsável pelo projeto em Portugal.
É aqui que entra a computação quântica. Diferente dos computadores clássicos, esta tecnologia é capaz de processar um grande volume de dados em tempo real, algo crucial para a análise de imagens e deteção de anomalias. A FCTUC vai desenvolver novos algoritmos de IA adaptados às capacidades da computação quântica.
“O objetivo final é criar algoritmos de IA que possam diferenciar de forma precisa imagens normais de imagens com patologias. Embora a tecnologia atual já permita detetar algumas diferenças, acreditamos que a computação quântica pode ser decisiva para aumentar a eficiência e precisão dos diagnósticos”, conclui o docente.
O projeto G-quAI iniciou em janeiro de 2025 e conta com o apoio do Open Quantum Institute (OQI), da Suíça, em parceria com o Geneva Science and Diplomacy Anticipator (GESDA), além da colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este projeto enquadra-se nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas: Saúde de Qualidade.
O OQI tem como objetivo principal explorar o potencial da computação quântica na aceleração de soluções que permitam atingir os ODS, unindo forças de investigadores, das Nações Unidas, de Organizações Não-Governamentais (ONGs), e de investidores espalhados pelo mundo.
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