O secretário-geral das Nações Unidas apelou domingo a uma paz “justa” na Ucrânia que respeite a “integridade territorial” do país, na véspera da votação na ONU de um texto proposto pelos Estados Unidos que não menciona essa integridade.
“Na segunda-feira, 24 de fevereiro, assinalam-se três anos desde que a Federação Russa lançou a sua invasão em grande escala da Ucrânia, em clara violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional”, recordou António Guterres, em comunicado.
“Nesta trágica ocasião, reafirmo a necessidade urgente de uma paz justa, duradoura e abrangente, uma paz que respeite plenamente a soberania, a independência e a integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, de acordo com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral”, disse.
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Guterres sublinhou que, oito décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial, o conflito na Ucrânia “representa uma séria ameaça não só à paz e à segurança na Europa, mas também aos princípios básicos e fundamentais das Nações Unidas”.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) saudou ainda “todos os esforços” para alcançar uma paz “justa e inclusiva”.
A declaração surge numa altura em que os Estados Unidos, sob a administração do Presidente Donald Trump, aumentam a pressão sobre Kiev e querem que a Assembleia-Geral da ONU e o Conselho de Segurança votem na segunda-feira um texto que pede um “fim rápido” do conflito na Ucrânia, mas sem mencionar a integridade territorial do país.
A Ucrânia e os europeus, por sua vez, devem submeter à votação da Assembleia um texto que mais uma vez apela à retirada imediata e incondicional das tropas russas da Ucrânia e à cessação dos ataques da Rússia ao país.
Este apelo é semelhante a anteriores resoluções da Assembleia da ONU adotadas desde 2022 por uma esmagadora maioria dos Estados-membros, com o apoio dos Estados Unidos quando era Presidente Joe Biden.
A guerra na Ucrânia pôs a nu a incapacidade da ONU de desempenhar um papel relevante nesse conflito, uma vez que a Rússia impediu o Conselho de Segurança de aprovar uma resolução para pôr fim à guerra com o seu direito de veto.
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