A greve dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que começou hoje e termina na terça-feira, regista uma adesão de mais de 97%, afirmou dirigente sindical.
O primeiro de dois dias de uma luta com um total de 44 dias de greve marcados até setembro, previsível mês das eleições autárquicas, arrancou com uma forte adesão dos trabalhadores dos SMTUC, que reivindicam há muito uma reposição da carreira de motoristas e aumentos salariais, afirmou à agência Lusa a dirigente regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Luísa Silva.
Dos 104 autocarros que deveriam ter saído hoje das instalações dos SMTUC, na Guarda Inglesa, apenas saíram três, disse.
Para a dirigente sindical, as promessas feitas pelo atual presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, sobre a resolução dos problemas dos trabalhadores dos SMTUC não foram cumpridas, decidindo-se avançar para uma greve que todos os meses terá mais um dia de luta até aos nove dias previstos para setembro.
Luísa Silva deu nota de que o presidente do município apelou aos trabalhadores para desconvocar a greve na sexta-feira, mas sem dar qualquer contrapartida, que no caso da reposição da carreira depende da vontade do Governo (na terça-feira, irão a Lisboa entregar um abaixo-assinado na residência oficial do primeiro-ministro).
O delegado sindical do STAL nos SMTUC, João Soares, salientou que “os motoristas estão cansados”, não apenas de promessas, mas da própria profissão, que é “penosa e desgastante”.
Segundo João Soares, os motoristas estão apenas a fazer aquilo que lhes foi aconselhado pelo próprio presidente da Câmara, quando era vereador na oposição, que pedia que lutassem, porque a sua luta era justa.
“Agradecemos o conselho, que estamos apenas a cumprir”, afirmou à Lusa o delegado sindical, referindo que a única forma de desconvocar a greve seria com uma resposta “dada no recibo de vencimento”.
Questionado sobre a possibilidade de transformação dos SMTUC numa empresa municipal, que daria autonomia à autarquia para aplicar outros salários, João Soares afirmou que os trabalhadores não estarão “’a priori’ contra, de maneira nenhuma”.
“Mas essa é uma decisão que cabe ao executivo e que cabe à Assembleia Municipal votar. Não passa por nós”, frisou.
Mais de 100 trabalhadores concentraram-se hoje na Guarda Inglesa e desfilaram até à Câmara de Coimbra, onde entregaram uma cópia do abaixo-assinado e reuniram com José Manuel Silva.
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