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Calíope em Coimbra conta com 70 vozes do Coro das Mulheres da Fábrica

Notícias de Coimbra com Lusa | 5 horas atrás em 31-01-2025

O projeto musical no feminino “Calíope”, liderado pela compositora e cantora Marta Hugon, volta ao palco, no próximo dia 7 de março, no Convento S. Francisco, em Coimbra, com uma nova formação que conta com 70 vozes do Coro das Mulheres da Fábrica.

“Calíope”, projeto que envolve outras protagonistas da atual música portuguesa, como A Garota Não, Elisa Rodrigues e Joana Espadinha, foi apresentado pela primeira vez no Dia Internacional da Mulher, em 08 de março de 2023, no Teatro Maria Matos, em Lisboa, quando saiu o álbum, e, no ano seguinte, em Lagoa, no Algarve.

“Esta nova Calíope é a musa criadora, se quisermos, é nós sermos musas de nós próprias, e de uns dos outros. Este é um projeto no feminino, que celebra a mulher enquanto criadora e intérprete dos seus próprios temas, mas é um projeto conjunto, feito por mulheres e homens”, disse à agência Lusa Marta Hugon sublinhando que “este caminho do ‘empoderamento feminino’ faz-se em conjunto”.

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Hugon disse que todos os temas são de autoras, mas os arranjos musicais são de Luís Figueiredo, que assume também a direção musical, realçando no entanto que “é um projeto muito colaborativo”.

“Estou na música com esse espírito, eu gosto de criar em conjunto e este projeto vem ao encontro deste meu prazer pessoal”.

Marta Hugon afirmou que se “a imagem da mulher está muito presente na música, nomeadamente na pop”, designadamente no palco, isso não acontece em áreas como a produção ou nas autorias. Estudos sobre a área autoral, consultados pela compositora, registavam um quota de 30% de mulheres.

Em Coimbra, o projeto vai contar com as suas criadoras Marta Hugon, A Garota Não, Elisa Rodrigues e Joana Espadinha, e ainda com o Coro das Mulheres da Fábrica, um coletivo intergeracional de mulheres de Coimbra, que canta a tradição da polifonia feminina popular.

A direção musical é de Luís Figueiredo, que estará ao piano e teclados, contando ainda com os músicos Maria Fonseca (trompete e flauta), Ana Isabel Dias (harpa), Sofia Queiroz (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

O espetáculo é uma bilheteira solidária, com a receita a reverter para organização não-governamental Akto – Direitos Humanos e Democracia, que o produz.

O concerto conta com o apoio da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

O projeto é “heterogéneo, quisemos mostrar diferentes linguagens, da pop ao jazz”, afirmou. “A única ausência é a do fado, porque aconteceu, tão só”.

Marta Hugon recordou que nas anteriores apresentações o “público ficou muito espantado pela quantidade, diversidade e qualidade da música”, referindo que cada uma das participantes “teve leituras diferentes, tinham coisas diferentes a dizer” a partir do “mote” que era a musa criadora.

“Na criatividade não acredito em género”, disse.

“Desde 2023 aconteceu muita coisa, mas o projeto continua a fazer sentido”, defendeu a compositora.

O projeto “Calíope”, originalmente contou com Marta Hugon, A Garota Não, Aline Frazão, Elisa Rodrigues, Joana Alegre, Joana Espadinha, Joana Machado, Luísa Sobral e Ana Bacalhau.

O título escolhido para o projeto, “Calíope”, inspira-se na mitologia clássica grega, mas pressupõe, explicou Marta Hugon à Lusa, a sua “subversão”, celebrando a transformação do mito da musa inspiradora num novo mito, o da musa criadora, propondo trazer para o disco e para o palco, “musas”, autoras e compositoras da língua portuguesa.

As receitas deste concerto revertem para a Casa Femina – Centro de Acolhimento de Emergência, gerida pela Akto, para mulheres e meninas sinalizadas como vítimas de violência de género, nomeadamente casamentos infantis, precoces e forçados, e mutilação genital feminina.

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