Política

André Ventura exalta-se com jornalistas e afirma que foi o Chega quem denunciou malas de Arruda

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 dia atrás em 28-01-2025

O presidente do Chega afirmou hoje que foi o seu partido quem alertou o presidente do parlamento para a existência de malas no gabinete do deputado Miguel Arruda e quem originou as buscas policiais na segunda-feira.

Este episódio avançado por André Ventura, em conferência de imprensa, motivou depois uma tensa discussão entre o líder do Chega e vários jornalistas, que quiseram saber qual a razão de este partido ter demorado até quinta-feira para denunciar a existência de várias malas no gabinete de Miguel Arruda no parlamento.

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“Foi o Chega que na quinta-feira comunicou ao presidente da Assembleia da República a existência desses objetos e alertou para a possibilidade de estarem relacionados com o produto do crime, de um crime que tinha sido publicamente exposto. Foi o Chega que pediu que fosse feita a necessária articulação entre o órgão de soberania, o parlamento, e as autoridades judiciais”, declarou André Ventura.

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De acordo com o líder do Chega, na segunda-feira, o seu partido “foi contactado para dar autorização e acesso ao seu espaço para que pudesse ser averiguado e apreendido esse eventual objeto de crime”.

“Em todo o percurso, com vários elementos – e encabeçado pelo vice-presidente da bancada, o deputado Rui Paulo Sousa -, foram acompanhadas todas as ações das autoridades policiais e judiciárias. O que ocorreu no parlamento não foi uma busca, foi uma denúncia do próprio Chega, foi uma articulação e uma autorização do próprio Chega para que essa apreensão pudesse acontecer”, alegou.

A seguir, André Ventura envolveu-se numa discussão com jornalistas, depois de questionado sobre a razão de o Chega ter demorado até quinta-feira passada para denunciar a existência de malas no gabinete de Miguel Arruda, já que este partilhava o espaço com outro deputado do partido e que desde quarta-feira que se sabia que Arruda tinha sido constituído arguido por suspeita de furto de malas.

O presidente do Chega levantou o tom da sua voz e declarou: “Estou a dizer que foi o Chega quem denunciou ao presidente da Assembleia da República esta situação, não foi nenhum dos jornalistas, nem foi nenhum polícia”.

Mais à frente, aparentando alguma irritação, deixou uma pergunta: “Se há jornalistas que sabiam que estavam malas [no gabinete de Miguel Arruda], qual a razão para não terem comunicado isso?”

Na conferência de imprensa, André Ventura visou em especial o jornal Público.

“Vocês [jornalistas do Público] publicaram uma notícia de que 20% dos deputados do Chega tinham problemas com a justiça. Por essa lógica, todos os jornalistas do [jornal] Público têm problemas com a justiça”, disse.

Na terça-feira passada, o deputado Miguel Arruda, cabeça de lista pelo Chega nos Açores, foi constituído arguido por suspeita do furto de malas no aeroporto de Lisboa, e nesse mesmo dia a PSP realizou buscas nas casas do deputado em São Miguel e em Lisboa.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava vindo dos Açores no início das semanas de trabalhos parlamentares.

A PSP indicou que o deputado do Chega não foi logo detido, porque primeiro era necessário o levantamento da sua imunidade parlamentar.

Hoje, o Ministério Público revelou que acordou com a Assembleia da República, através da Procuradoria-Geral da República (PGR), o dia de segunda-feira para apreender malas e outros objetos no gabinete do deputado eleito pelo Chega Miguel Arruda no parlamento. O parlamento indicou então 27 de janeiro [segunda-feira] para a realização da diligência.

No plano político, na sexta-feira, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, anunciou que Miguel Arruda tinha passado à condição de não inscrito e que iria ficar sentado na última fila entre as bancadas do Chega e do PSD, como já aconteceu em outras situações semelhantes.

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