Saúde

Transplante duplo de coração e rim testado em macacos alcança tolerância a longo prazo

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 horas atrás em 23-01-2025

Uma equipa de cientistas demonstrou em macacos-comedores de caranguejo que, no caso de transplantes cardíacos, o uso de medicamentos imunossupressores poderia ser evitado se combinados com um transplante de rim do mesmo dador.

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A rejeição de órgãos continua a ser uma grande preocupação para os doentes transplantados e uma das principais causas de insucesso, sendo que atualmente a maioria das pessoas toma medicamentos imunossupressores para o prevenir, o que produz vários efeitos secundários.

Os cientistas estão, por isso, a investigar estratégias que possam induzir o sistema imunitário a tolerar órgãos e tecidos estranhos sem necessidade de imunossupressão, noticiou na quarta-feira a agência Efe.

Neste novo trabalho publicado na revista Science Translational Medicine, os investigadores validaram um protocolo único que pode prolongar a sobrevivência dos transplantes cardíacos em primatas não humanos sem necessidade de imunossupressão.

Os seus estudos baseiam-se em trabalhos pré-clínicos anteriores que mostram que o ‘cotransplante’ de um coração com um rim e medula óssea pode prevenir a rejeição do transplante cardíaco, resolvendo um obstáculo de longa data na área, referiu a revista.

Makoto Tonsho, do Hospital Geral de Massachusetts, e a sua equipa testaram se o transplante renal com um coração do mesmo dador poderia induzir a sobrevivência a longo prazo dos corações transplantados.

Desenvolveram um protocolo no qual realizaram um transplante de medula óssea uma semana antes do ‘cotransplante’ de órgãos e compararam macacos que receberam apenas um transplante de coração com aqueles que receberam um coração e um rim.

Os corações transplantados sobreviveram significativamente mais tempo sem imunossupressão em transplantes duplos, em comparação com os animais que receberam apenas corações.

Investigações posteriores relacionaram esta tolerância com as estruturas linfáticas nos rins, ricas em células T reguladoras, conhecidas pelas suas propriedades imunomoduladoras.

Rafael Matesanz, criador e fundador da Organização Nacional de Transplantes (Espanha), explicou que, para além do desequilíbrio entre a oferta e a procura, um dos fatores limitativos fundamentais para o desenvolvimento dos transplantes é a rejeição.

Por isso, uma das principais vias de investigação hoje em dia é a obtenção de um estado de “imunotolerância”, ou seja, fazer com que o doente transplantado tolere o órgão como se fosse seu e, consequentemente, não necessite de medicamentos imunossupressores, ou apenas em doses baixas.

O transplante combinado de coração e rim representa 5% de todos os transplantes cardíacos na América do Norte e, por isso, os autores propõem a necessidade de protocolos comuns que permitam um estudo mais aprofundado deste fenómeno e melhorar os resultados.

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