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Atrações de Portugal incríveis: Anta de Pavia, uma antiga sepultura transformada em capela
Imagem: Turismo do Alentejo
Fique a conhecer uma atração portuguesa incomum. A Anta de Pavia é um monumento megalítico que se tornou numa capela, algo único no nosso país.
Em Portugal, podemos encontrar diversas atrações. Dada a ligação que os portugueses sempre tiveram com a religião, podemos encontrar um vasto conjunto de construções religiosas fantásticas. Muitas delas tornaram-se em símbolos das regiões onde se encontram.
Existem diversos templos que se destacam por várias razões, pela beleza do seu conjunto de azulejos, pela pintura do teto a fazer lembrar a capela sistina, pela riqueza do seu interior, entre muitas outras qualidades.
No presente artigo do Notícias de Coimbra, iremos centrar a nossa atenção num património pré-histórico: uma antiga sepultura que foi transformada numa capela singular. Fique a conhecer as qualidades da Anta de Pavia. Este monumento megalítico transformado em capela revela-se uma atração única em Portugal.
Localização do monumento
A Anta de Pavia é uma atração presente em Évora, Mora. Pavia consiste num dos templos mais estranhos do país. Esta construção religiosa, também conhecida por Capela de São Dinis e por Capela de São Dionísio, é considerada monumento nacional.
A Anta-Capela de São Dinis consiste num dólmen localizado em pleno contexto urbano, o que é caso único. Ela está presente no centro da vila de Pavia, no Largo dos Combatentes da Grande Guerra. Portanto, está situada num lugar de destaque.
Este monumento megalítico foi transformado numa capela que encanta todos os que o contemplam, até porque se revela uma experiência incomum, que proporciona uma viagem no tempo. Este monumento singular irá deliciar os amantes da História.
História
A Anta de Pavia representa uma viagem ao passado. Este monumento tem uma origem que remonta a um tempo bem distante, revelando-se um símbolo da ancestralidade. A anta encontra-se datada do século IV ou III a.C. Inicialmente, este património pré-histórico fascinante serviu como monumento funerário.
Originalmente, ele seria constituído por uma mamoa ou montículo de terra e de pedra (oculto na imensidão da planície do Alentejo), uma câmara e um corredor. Infelizmente, apenas chegou até nós a câmara megalítica do conjunto de elementos do monumento.
Curiosamente, a Anta de Pavia tornou-se no primeiro monumento megalítico a ser referenciado na bibliografia histórica. Foi no século XVI que esse momento aconteceu. A referência foi realizada por Manuel Severim de Faria, na sua obra Notícias de Portugal.
Conhecimentos
Embora a Anta de Pavia seja um monumento nacional que nos permite saber mais sobre o passado do país, ainda há muitos mistérios que se encontram por resolver. Embora não nos permita saber com rigor muito sobre o tempo em que o monumento foi criado, é muito importante o pouco que já nos ensinou sobre essa época histórica.
CaracterísticasA Anta de Pavia é uma das antas mais importantes de Portugal. Trata-se mesmo do maior
monumento funerário do concelho, sendo também um dos maiores da Península Ibérica.
A anta é feita em granito e alvenaria. No recinto e câmara, podemos encontrar uma amplitude generosa, comprovando-se pelas medidas 4,30 m de diâmetro, 3,30 m de altura e um capelo com o volume de 3 X 2,60 m.
Transformação
A Anta de Pavia é uma atração profundamente invulgar, sendo um exemplar muito setentrional do megalítico eborense. No século XVII, este monumento funerário foi transformado numa capela dedicada a São Dinis ou São Dionísio. Portanto, passou a ser usada para culto cristão, como capela.
A câmara-nave contém uma planta circular, como tronco de pirâmide. Na sua composição, encontram-se 7 esteios megalíticos. A decoração é apenas apresentada no fundo, onde um altar encimado com um moderno painel cerâmico se destaca e representa S. Dinis.
Infelizmente, na década de 1930, houve uma substituição do primitivo retábulo do padroeiro. Ele consiste numa obra mural grosseira e populista, que apresenta caraterísticas de cerca de 1600.
A figura é apresentada mitrada e de manto. Na mão esquerda da figura, encontra-se o báculo apoiado no livro da doutrina. A direita aparece erguida segundo o ritual. Trata-se de uma pintura de incáustica, com domínio do vermelho e ocre.
A Capela de São Dinis encontra-se neste espaço. A reutilização do templo, enquanto capela, tem o protótipo em São Brissos. No interior deste templo, destaca-se a presença de um altar com um frontal. No altar-mor frontal, é possível contemplar azulejos setecentistas e barrocos de oficina lisboeta, que apresentam um protagonismo natural.
No templo, é possível verificar na face oriental uma discreta frontaria de cornija triangular, situada na linha do corredor de entrada, de tosca alvenaria. Ela encontra-se rematada por cruz de pontas trilobadas e campanário sem sineta, alcançando o capelo.
Destaca-se nesta construção a portada simples de molduras de aresta viva e arco redondo. Ela está assente em 3 degraus de pedra.
Intervenções
Apesar da profunda violação e obras de adaptação que o monumento sofreu ao longo dos séculos, a construção religiosa foi intervencionada em 191, por Vergílio Correia. O monumento foi alvo de investigação por parte do arqueólogo.
No local, foram detetados alguns nichos constituídos por lajes de pedra granítica. Segundo os historiadores, eles teriam servido de sepulcros individuais ou para enterramentos secundários.
Posteriormente, Leonor Rocha foi a pessoa responsável por outra intervenção em 2014, visando verificar a existência de restos do corredor, o que se confirmou.
Informação útil
Pode visitar-se a Anta de Pavia no horário de abertura da Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia, sendo necessário fazer marcação prévia com a Junta de Freguesia de Pavia ou Posto de Turismo da Câmara Municipal de Mora.
Coordenadas GPS: N 38 53.649′ W 008 01.034′ (38.89415, -8.01723)
Localização: Rua de São Dinis, Pavia, 7490
Contactos: 266 450 059 / 926 551 865 / geralfreguesiapavia@jf-pavia.pt
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