Coimbra

Há 56 anos, Coimbra saiu à rua em pânico. Lembra-se do que aconteceu?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 minutos atrás em 14-01-2025

Imagem: Jornal O Século (1 de março de 1969)

28 de fevereiro de 1969. Certamente uma data que muitos não esquecem. Outros ainda nem sequer tinham nascido. Uma data que os conimbricenses não esquecem até porque a cidade saiu à rua em pânico sem saber o que se passava.

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Um sismo de 7,9 foi registado em Coimbra e em Lisboa. Aconteceu pelas 3:41 da madrugada e fez-se sentir durante 3 minutos.

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Quem lá estava conta que o fenómeno levou todos para a rua, aflitos, a comentar o que tinha acontecido. Após o tremor, as pessoas dirigiram-se até casas de familiares para saber se os seus estavam bem.

Até os telefones sofreram problemas. Ficaram de tal forma sobrecarregados que era impossível de comunicar.

Há relatos de que chegou mesmo a desabar uma parte do teto da abóbada da antiga igreja de S. Domingos, na Rua da Sofia, e um carro que estava lá perto ficou danificado.

Já na capital, todos vieram para a rua desesperados e começaram a fugir de carro para sítios descampados, o que provocou grandes engarrafamentos. Mas não foi só Lisboa que sentiu, Setúbal, Algarve e toda a região das Beiras sentiu o abalo.

Segundo o comunicado do Serviço Meteorológico Nacional (que antecedeu o Instituto Português do Mar e da Atmosfera) emitido a 28 de fevereiro de 1969, “foi registado um sismo nas estações sismográficas de Coimbra e Lisboa, com início às 3h 41m 41,5s [e] 3h 41m 20,2s, respetivamente, e com o epicentro a cerca de 230 km a SW de Lisboa”.

“A magnitude do sismo é de 7,3 na escala de Richter, tendo sido sentido com o grau VI-VII da escala Mercalli modificada (MM56) em Lisboa e noutras localidades do continente”. O epicentro foi posteriormente determinado como (36.01º N, 10.57º W) e foi-lhe atribuída a magnitude Ms=7.9 e a magnitude Mw=8.0 após integração dos dados provenientes da rede sísmica internacional. A profundidade focal estima-se entre 22 a 33 km, segundo os autores. Tratou-se do sismo de maior magnitude ocorrido em Portugal e na Europa desde 1900 até à atualidade”, descreve a nota da época.

Para além do “alarme e pânico” instalados houve cortes nas telecomunicações e no fornecimento de energia elétrica.

Lamentam-se 13 vítimas mortais em Portugal Continental, sendo que duas como consequência direta do sismo, e 11 indiretas.

O sismo de 1969 gerou um pequeno tsunami que foi observado em diversos marégrafos localizados ao longo das costas portuguesas, espanholas e marroquinas, tendo passado praticamente desapercebido pela população dada a hora da sua ocorrência, dá conta o IPMA.

De explicar que Portugal encontra-se numa região onde não é frequente a ocorrência de grandes sismos, mas os que ocorrem podem ter uma magnitude elevada.

Na Europa, os dois sismos de maior magnitude desde o ano 1000 foram gerados ao largo de Portugal, a 1 de novembro de 1755 e este de 1969.

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