Opinião
Resistência democrática!
Um tipo lê os jornais e tem logo vontade de ir ao jardim, procurar dessa erva livre que nos faça rir que o tema é tão sério que não há outra forma de o aceitar, com humor, sarcasmo e ação.
Ora é o Canal do Panamá, a ocupação da Gronelândia, a unificação com o Canadá. Cruzes, credo, canhoto. Anda tudo doido. São tempos de resistência democrática.
Isto podia ocupar aqueles senhores que, por norma, andam preocupados com a cor da porta do sanitário, ou de olho nas moças. Mas da sociologia, dessa cabra velha, que talvez por estar virado ao Mondego, não lhes agite a moleirinha a dar-nos respostas, perguntas, conhecimento, interrogações. De coisas sérias eles não se ocupam.
Estamos a ficar nas mãos de quatro donos do mundo, que se intrometem, sem legitimidade porque não foram eleitos, na governança interna dos países europeus, que agitam e condicionam o livre pensamento, para ficarem mais ricos. Mais ricos? Nunca vi tamanha estupidez em homens inteligentes.
Não uso X, o Facebook está por um fio e ainda aguento o Linkedim.
Um poder desmesurado, que a academia, os governos e a Comissão Europeia têm de controlar. A censura regressou aos jornais americanos, o vozeirão das ameaças é interminável.
São estas faltas de reflexão, estudo e memória que me sobressaltam. Porra, havemos de ter tido um caminho para chegar aqui. Salatinas, como faz o @Tiago Cerveira, que documentou a saga de 3.000 pessoas, deslocadas da Alta de Coimbra para outras zonas da cidade: Celas, Norton de Matos, tudo para acolher pessoas desalojadas de duzentos edifícios de vinte quarteirões. Arrasados, sem sentido de pertença e perda de um modo de vida dos chamados “salatinas” que levaram consigo o nome, tradições e histórias.
Nós nem isso estamos interessados em trazer à discussão, o nosso modo de vida, ameaçado por totalitários digitais, déspotas que não gostam do nosso modo de vida. É como vender bolos a tolos.
Não parimos, queremos a reforma e agora, para gáudio dos patos bravos de serviço, até as zonas verdes estamos a encher de betão.
Quando as lideranças falham, ou falta quem pense, acabamos assim, encostados à parede.
Resistência democrática. Aos produtos dos senhores, que é na carteira que lhes doi mais.
Para não termos arrependimentos tardios.
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