Portugal
Comissário-geral dos 500 anos de Camões defende aposta das celebrações na escola
O comissário-geral das comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões, José Augusto Bernardes, defendeu hoje em Coimbra a aposta nas escolas para celebrar e melhor conhecer o poeta épico.
“A Estrutura de Missão decidiu centrar a sua ação nas escolas”, disse o professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
O responsável máximo da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões intervinha na apresentação do programa geral com que a Universidade de Coimbra (UC) pretende evocar o autor de “Os Lusíadas”.
“A escola é o espaço onde todos os portugueses se encontram com Camões”, sublinhou, na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral.
Fazendo jus à obra do poeta, José Augusto Bernardes exortou a UC, cujo reitor, Amílcar Falcão, também interveio da sessão, a “celebrar e assumir a poesia como causa” nestas comemorações.
Na sua opinião, Camões, que estudou em Coimbra, no século XVI, “contém um poder agregador enorme”, tendo a Universidade local, uma das mais antigas do mundo, construído “uma longa e prestigiada tradição camonista” que envolveu sucessivas gerações de professores e investigadores.
Amílcar Falcão, por seu turno, realçou o contributo que a Universidade de Coimbra, durante mais de 700 anos, deu “para a expansão da lusofonia” em todos os continentes.
Para o reitor, o programa comemorativo do meio milénio do nascimento de Luís de Camões “deve ser especialmente atrativo para a juventude”.
A apresentação incluiu a abertura da exposição “Camões 500”, na Biblioteca Geral da UC, com obras que “atestam o legado literário e cultural do autor, diferentes facetas da vida e da obra do poeta, cuja ligação a Coimbra é profundamente enraizada”.
A exposição tem como curadores Filipa Araújo e Paulo da Silva Pereira e pode ser visitada até 10 de junho.
Na sessão, usaram ainda da palavra Filipa Araújo, o vice-reitor Delfim Leão e o diretor da Biblioteca Geral, Manuel Portela.
Seguiu-se, na Capela de São Miguel, o concerto “O tempo bom tudo cura: a música nos cancioneiros portugueses do século XVI”, por André Ferreira (órgão e baixo), Maria Bayley (harpa e soprano) e Teresa Duarte (viola da gamba e soprano).
No dia 29, começa um ciclo de dez debates com periodicidade bimensal, subordinado ao tema “Camões, aqui e agora” e destinado a professores do ensino básico e secundário, bem como ao público académico e indiferenciado, que terminará em junho de 2026.
Intitulada “Comemorar o nascimento de Camões. Porquê? Para quê?”, a primeira sessão, no dia 29, conta com a participação de Carlos Reis e José Augusto Bernardes, sendo moderada por Manuel Portela.
O congresso internacional “Ensinar Camões no século XXI”, em outubro, e a publicação e digitalização de obras camonianas pela Imprensa da Universidade de Coimbra são outras das iniciativas previstas.
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