Uma das universidades mais antigas do Mundo é portuguesa e fica em Coimbra. Conheça outras mais antigas do mundo.
As universidades foram fundamentais para o desenvolvimento do mundo. Uma universidade é uma instituição de ensino superior constituída por um conjunto de faculdades e escolas. O corpo docente dessas instituições promove ensinamentos vitais em alunos que ajudarão a construir o futuro do país e do mundo.
A leitura e a escrita foram privilégio de poucos durante muito tempo (demasiado). Desde o início da sua fundação à atualidade muito se passou. Os conhecimentos atuais são bastante distintos. No entanto, todas as universidades que se mantiveram têm um importante legado.
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Algumas das instituições que ainda se encontram em atividade e que atualmente são reconhecidas como universidades precedem o próprio conceito. Já existiam antes da própria ideia de universidade se ter formado, como a conhecemos atualmente.
Por exemplo, a Universidade Antiga de Taxila, que funcionou por alguns séculos, entre o período de 700 a.C. até 500 d.C., podia ter sido a universidade mais antiga. A “Universidade” é Nalanda (ou “Nalanda Mahavihara”) que consistia num mosteiro budista presente na região de Bihar, na Índia.
Esta instituição funcionava como espaço de ensino entre os séculos 5 d.C e 13 d.C. Em alguns livros, é afirmado que o próprio Buda, Sidarta Gautama, ministrou os seus ensinamentos neste local.
Houve outros espaços que existiram com funções parecidas. No entanto, não se mantiveram em atividade. Fique a conhecer um pouco de algumas das universidades mais antigas do mundo, sendo que a Universidade de Coimbra é a única representante portuguesa.
No século XII, o intercâmbio intelectual proporcionou-se devido ao aumento demográfico e ao crescimento das cidades. A revolução económica urbana contribui para transformar a educação. As primeiras universidades medievais foram criadas nas cidades que viviam do comércio e do artesanato.
Neste contexto especial, surgiu uma maior necessidade de leitura e de locais para instrução. Por isso, surgiram as escolas das catedrais. Nestes edifícios tipicamente urbanos, houve a evolução para as universidades.
Foi no final do século XI que surgiu a primeira universidade propriamente dita, em Bolonha. Esta instituição tornou-se numa escola de Direito Canónico e Civil prestigiada. Os primeiros contactos, que apresentam uma união das três escolas de Bolonha (a de artes liberais, a de medicina e a de jurisprudência), estão apresentados em documentos do início do século XIII.
Nestes documentos, comprova-se que os professores se organizaram num collegium. Mais de 1000 estudantes estavam associados a dois grupos: a universitas citramontanorum (união de estudantes a sul dos Alpes) e a universitas ultramontanorum (a união para norte dos Alpes).
A Universidade de Paris foi a primeira a ser criada na Europa setentrional. A sua construção estendeu-se entre 1150 e 1170. O rei Luís IX de França (S. Luís) concedeu independência à Universidade de Paris no ano de 1231.
Curiosamente, esta universidade francesa serviu como modelo para outras universidades, nomeadamente uma emblemática do Reino Unido, a popular Universidade de Oxford.
Em França, a evolução apresentou outras características. A escola catedrática de Nôtre-Dame, situada em Paris, obteve uma reputação transnacional devido à presença de professores notáveis, nomeadamente Guilherme de Champeaux e Pedro Abelardo.
A figura do magister, o mestre, surgiu neste ambiente. Ele obteve do chanceler da Catedral de Nôtre-Dame licença para ensinar.
No ano de 1253, Robert de Sorbon decidiu criar um colégio em Paris, uma instituição que seria a origem da futura Sorbonne.
Novas universidades foram sendo edificadas nos séculos seguintes. Entre as mais antigas estão a Universidade de Montpellier, uma instituição que se tornou numa referência no ensino de Medicina.
Inicialmente, as universidades foram estruturadas num sistema que apresentava uma forte influência da tradição romana. Os estudos nas universidades começavam pelo Trivium (Retórica, Lógica e Gramática) e pelo Quadrivium (Música, Astronomia, Geometria e Aritmética).
Após acabarem estes estudos, os alunos alcançavam o grau de bacharel. As universidades de Medicina e Direito conferiam aos alunos o grau de licenciatura e de doutoramento. Nas faculdades de Teologia, o ensino requeria mais de 16 anos de estudo.
O estabelecimento do género mais antigo em Portugal é a Universidade de Coimbra. Foi no ano de 1290 que foi criada a universidade mais antiga do nosso país. D. Dinis criou esta Universidade que é uma das mais antigas do mundo ao assinar o “Scientiae thesaurus mirabilis”. Este documento originou o Estudo Geral, reconhecido pelo papa Nicolau IV no mesmo ano.
A primeira universidade portuguesa começou a funcionar em Lisboa. Contudo, em 1537, foi transferida definitivamente para Coimbra. Esta mudança ocorre por instrução do Rei D. João III, após um período de migração entre estas duas cidades.
Primeiro, no Paço Real da Alcáçova e, depois, no Paço das Escolas, é que se concentram as Faculdades da Universidade de Coimbra, nomeadamente Teologia, Cânones, Leis e Medicina.
Definir a longevidade de uma instituição torna-se um processo mais difícil devido à falta de documentação. Por exemplo, existem outros espaços que foram criados mais cedo que as Universidades europeias mencionadas. Contudo, eles receberam a designação mais tarde.
A universidade mais antiga do mundo encontra-se presente em Marrocos e tem a curiosidade de ter sido fundada por uma mulher, a muçulmana Fatima al-Fihri. Esta mulher, uma jovem tunisina que fez a vida por este espaço geográfico, fundou a universidade de Al Quaraouiyine, em 859, na cidade histórica de Fez, o que foi um evento extremamente importante para a região.
Originalmente, foi fundada como mesquita e madraça, sendo uma espécie de escola para estudos dedicados ao islamismo. Rapidamente, este espaço tornou-se num dos centros educacionais e espirituais mais importantes do mundo muçulmano.
Esta universidade é devidamente reconhecida pela UNESCO e tem o título de universidade mais antiga do Guinness Book, o Livro dos Recordes. Esta é a instituição de ensino com maior longevidade que ainda se encontra em atividade, sendo a primeira a conceder diplomas universitários.
Outra instituição muito antiga é a Universidade de Alazar. Trata-se de outra universidade do mundo islâmico. Esta universidade está situada no Cairo, no Egito. Esta instituição foi erguida em 988.
Na época, foi uma decisão tomada por um emirado governado pela dinastia tulúnida. Contudo, esta Universidade teológica só passou a incluir assuntos não teológicos nas suas unidades curriculares em 1961.
Os alunos inicialmente estudavam o alcorão e as leis islâmicas, além de temas como lógica, retórica e ciclos lunares. Esta instituição funcionou por mais de um milénio como centro de estudos islâmicos.
Contudo, só passou a ser considerada uma “universidade” após passar por um processo de modernização na década de 1960. Hoje em dia, a Universidade de Alazar também inclui temas seculares no seu currículo.
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