Portugal

O primeiro Rei de Portugal está sepultado em Coimbra

Notícias de Coimbra | 36 minutos atrás em 15-12-2024

Muitos portugueses desconhecem que D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, está sepultado em Coimbra.

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O primeiro rei português nasceu no dia 25 de junho de 1111, em Guimarães. Esta cidade é reconhecida pelo povo como sendo o “berço da nação”. O monarca português teve D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa como pais. 

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D. Afonso Henriques é reconhecido como “O Conquistador”. Ele reinou entre 1143 e 1185, um reinado bastante longo. Ele foi o primeiro rei de Portugal, tendo inaugurado a 1ª Dinastia, conhecida como Dinastia Afonsina (ou por Dinastia Borgonha) devido a ter começado com D. Afonso I. 

O fundador do Reino casou-se com D. Mafalda de Sabóia. D. Sancho I, filho de ambos, deu continuidade à Dinastia Afonsina. O herdeiro do trono ficou conhecido pelo cognome de “O Povoador”. 

O seu filho D. Sancho I reinou entre 1185 e 1211. O seu neto, que tem o seu nome, D. Afonso II (filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão), reinou entre 1211 e 1223. Este terceiro rei ficou conhecido como o “O Gordo”… 

As crónicas da época indicam que D. Afonso I morreu no dia 6 de dezembro de 1185. 

Desconhecem-se as causas exatas da morte de D. Afonso Henriques, como é mais conhecido pelo povo português. Ele morreu com uma idade muito avançada para aquela época. Tinha 76 anos e foi um dos monarcas que mais tempo esteve no trono.

O fundador do reino de Portugal já se encontrava debilitado e encontrava-se mesmo afastado dos assuntos da governação. D. Afonso Henriques sofreu uma grave lesão numa perna, da qual nunca recuperou plenamente. 

Foi devido aos efeitos do ferimento sofrido em 1169, no cerco de Badajoz, que tal aconteceu. Quando ocorreu esse episódio, o monarca tinha 60 anos. Pouco depois desse incidente, ele retirou-se e entregou ao filho, D. Sancho, a regência de Portugal.

D. Sancho assumiu a liderança política e militar do reino de Portugal, tendo comandado a defesa de Santarém em 1184, num contexto em que os portugueses tiveram de lidar com uma ofensiva muçulmana. 

D. Afonso Henriques tem um protagonismo ímpar na nossa história por ser o obreiro da fundação do reino. A sua história ensina-nos um percurso distinto. Ele herdou um condado, mas as suas opções permitiram garantir um reino independente. 

O rei português conseguiu conjugar uma grande capacidade de liderança militar com uma inteligência política incomum. O monarca sabia mover-se como poucos, seja na arte da guerra, seja na arte da diplomacia. Ele soube usar as suas habilidades em função da construção de um projeto que revelava a sua grande ambição.

O 1º rei de Portugal percebeu que era fundamental garantir a defesa do reino. Era mais importante do que conquistar cidades e territórios aos muçulmanos. O monarca sabia que era necessário promover o povoamento das terras para ter pessoas para defender o reino.

O monarca também soube usar a diplomacia para garantir o apoio da nobreza e da Igreja, conseguindo assegurar a emancipação de Portugal como reino independente de Castela, após demonstrar como se deve manobrar nos meandros da política internacional da época. 

As conquistas de D. Afonso Henriques foram mais que muitas. Todas conseguidas com muitos méritos. A consagração da carreira política do rei de Portugal aconteceu no momento em que o Papa o reconheceu como rei e Portugal como reino independente, algo que só sucedeu numa fase avançada do seu reinado, 5 anos antes da sua morte.

O primeiro Rei de Portugal está sepultado em Coimbra. O corpo de D. Afonso Henriques está presente na Igreja de Santa Cruz. O túmulo em questão foi mandado erguer por D. Manuel I. 

Este rei sempre centrou em si um interesse particular, por se tratar do fundador do reino. D. João V, movido pela curiosidade instalada, ordenou a abertura do túmulo no século XVIII, algo que foi repetido em 1832, por instrução de D. Miguel. 

A curiosidade em torno do túmulo de D. Afonso Henriques manteve-se durante os séculos seguintes. Atualmente, ele continua a gerar grande interesse entre os historiadores. A oportunidade de poder analisar os restos mortais do Fundador do Reino poderia revelar-se decisiva para desvendar alguns dos mistérios que continuam a assombrar esta personalidade ímpar da história de Portugal.

Existem vários dados que poderiam ser obtidos facilmente, com especialistas nesse tipo de análise, nomeadamente a estatura do monarca, as causas da morte do rei, além de outros  aspetos relacionados com a biografia de D. Afonso Henriques.

A abertura do túmulo foi solicitada por uma equipa de cientistas e historiadores em 2006, com o objetivo de elaborar testes e análises, nomeadamente recolher o ADN do monarca. Até chegou a ser anunciado pela imprensa portuguesa uma data marcada para esse momento, que ficou agendado para o dia 6 de julho, pelas 17 horas. 

No entanto, no último momento, as autoridades nacionais decidiram impedir a abertura, defendendo que existia o risco de danificar os restos mortais de D. Afonso Henriques, irreversivelmente. A comunidade científica lamentou a perda dessa oportunidade de saber mais sobre o rei, mas compreendeu a opção.

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