Portugal

Descobertos 158 esqueletos, mas podem existir mais ossadas

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 semana atrás em 11-12-2024

 A diretora do Museu da Escravatura de Lagos, onde foram descobertos 158 esqueletos de africanos escravizados, admitiu hoje que possam existir mais ossadas enterradas, mas que as escavações acabaram, esperando para o próximo ano um memorial à escravatura.

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A arqueóloga Elena Morán falava durante o congresso internacional “Escravaturas de ontem e de hoje: Servidões, rebeliões e opressões”, que decorre em Lisboa, onde falou sobre a descoberta, em 2009, dos 158 esqueletos que a investigação revelou posteriormente tratar-se de africanos escravizados.

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Os esqueletos foram encontrados numa lixeira urbana, no Vale da Gafaria, durante as obras de construção de um parque de estacionamento.

Estas pessoas terão vivido no século XV em Lagos, cidade algarvia que foi a primeira da Europa onde desembarcaram escravos provenientes de África.

Os esqueletos estão a ser objeto de investigação no Departamento de Antropologia Forense da Universidade de Coimbra, cujos resultados fazem agora parte de uma base de dados mundial, disse Elena Morán.

A investigadora referiu que o estudo está a permitir confirmar a proveniência destes seres humanos, e também o mau estado da saúde da maioria dos esqueletos analisados, seja por subnutrição, impactos traumáticos ou episódios de violência.

Apesar de não descartar a hipótese de existirem mais cadáveres no local onde estes 158 foram encontrados, Elena Morán disse que as escavações não vão ser retomadas.

“Podem existir outras ossadas, em número incerto, mas não temos a intenção de escavar mais”, disse.

A arqueóloga indicou que a melhor forma de homenagear as pessoas escravizadas é erguer um memorial nesta cidade, perto da zona onde ocorreu a descoberta das ossadas.

Elena Morán disse que gostaria que o memorial fosse inaugurado no próximo ano e referiu que o júri para o concurso de ideias já está escolhido, fazendo dele parte artistas que participaram no projeto para Lisboa, que espera há sete anos para avançar.

O congresso que hoje arrancou nas instalações da Universidade europeia é organizado pela UNIDCOM-IADE, Unidade de Investigação da Universidade Europeia, e decorre até sábado.

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