Desporto
Mundial 2030: Portugal recebe maior evento desportivo de sempre com duplo aliado
A inédita organização do Mundial2030 de futebol, em conjunto com Espanha e Marrocos, será o maior evento desportivo de sempre em Portugal, 26 anos depois da realização autónoma do Campeonato da Europa de 2004.
Na quarta-feira, o Congresso da FIFA vai formalizar sem oposição a candidatura ibero-marroquina, que trará a território luso a 24.ª edição do principal torneio planetário de seleções, na sequência do acolhimento de eventos futebolísticos de diferentes níveis.
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O Mundial2030 envolve os três maiores estádios nacionais – Luz e Alvalade, ambos em Lisboa, e Dragão, no Porto -, todos edificados de raiz para o Euro2004, no qual Portugal perdeu com a Grécia (1-0) na final, em 04 de julho, no novo recinto do Benfica.
Antes, o país foi anfitrião do Campeonato do Mundo de sub-20 de 1991 e comemorou a revalidação do troféu alcançado dois anos antes na Arábia Saudita, graças a uma vitória sobre o Brasil no desempate por grandes penalidades (4-2, após 0-0 no final do prolongamento), na presença de mais de 127.000 espetadores nas bancadas da antiga Luz.
A equipa das ‘quinas’ também celebrou em casa a conquista da primeira edição da Liga das Nações, em 2019, ao derrotar os Países Baixos (1-0) no Dragão, numa fase final repartida pelo recinto do FC Porto e pelo Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Outras provas de seleções foram disputadas em Portugal, mas sem o mesmo peso, casos dos Campeonatos da Europa de sub-17, vencido pelos lusos em 2003, e de sub-21, em 2006, e do Torneio Internacional de juniores, igualmente com triunfo nacional, em 1961.
No horizonte está o Europeu feminino sénior de 2029, cuja candidatura solitária nacional concorrerá com Alemanha, Itália, Polónia e uma coorganização de Dinamarca e Suécia.
Os clubes também decidiram troféus internacionais em Portugal, com a Luz a acolher as finais da Liga dos Campeões em 2013/14, entre os espanhóis do Real Madrid e do Atlético de Madrid (4-1, após prolongamento), e em 2019/20, vencida pelos alemães do Bayern Munique frente aos franceses do Paris Saint-Germain (1-0), ao passo que o Dragão assistiu ao embate entre os ingleses do Manchester City e do Chelsea (0-1), em 2020/21.
A edição 2019/20 teve a particularidade de alocar todos os jogos a partir dos quartos de final entre Luz e Alvalade, sempre à porta fechada, por causa da covid-19, enquanto a do ano seguinte se ficou a dever à impossibilidade de realizar o jogo decisivo em Istambul, devido às restrições da Turquia face à pandemia.
Ainda no modelo de Taça dos Campeões Europeus, maior prova de clubes da UEFA e antecessora da atual Liga dos Campeões, o Estádio Nacional, em Oeiras, testemunhou o êxito dos escoceses do Celtic sobre os italianos do Inter Milão (2-1) em 1966/67.
Juntando mais uma final da Taça das Taças (1991/92) e duas da Taça UEFA (1982/83 e 2004/05), a primeira das quais em duas mãos, uma Supertaça europeia (1987) e duas Taças Intercontinentais (1961 e 1962), também em duplo embate, Portugal já recebeu 16 decisões de troféus, seguindo-se a ‘Champions’ feminina em Alvalade, em maio de 2025.
A disponibilidade das casas de Benfica, o maior recinto desportivo em Portugal, com cerca de 65 mil lugares – que vão subir para 70.000 antes de 2030 -, e de FC Porto e Sporting, ambos a rondar os 50 mil, é complementada pela oferta de 16 instalações para estágio de norte a sul do país, face às 45 cedidas pela Espanha e às 33 provenientes de Marrocos.
Desse lista constam o Estádio do Algarve, um dos 10 palcos do Euro2004, localizado na fronteira dos municípios de Faro e Loulé, o Cidade de Barcelos, e o Fontelo, em Viseu, bem como a Cidade do Futebol, em Oeiras, propriedade da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ou os Complexos Desportivos Fernando Mamede, em Beja, e de Lousada.
Outros potenciais locais de estágio são as academias do Sporting, base da seleção lusa há 20 anos, do Sporting de Braga, do Vitória de Guimarães, do Famalicão, do Vitória de Setúbal e da Associação de Futebol (AF) do Porto, cuja primeira pedra foi lançada em janeiro.
Portugal não vai ter espaços de estágio para os árbitros, projetados apenas em Madrid e Casablanca, mas facultará diversos hotéis de quatro ou cinco estrelas e locais de treino específicos para algumas das 48 seleções finalistas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Os Estádios Nacional, do Restelo, da Tapadinha, Pina Manique ou António Coimbra da Mota, os Complexos Desportivos do Alverca e do Real ou a futura Vila do Futebol, da AF Lisboa, estarão disponíveis em redor da capital, tal como os Estádios do Bessa, do Mar, Dr. Jorge Sampaio e de São Miguel nos arredores da principal cidade do norte do país.
Em relação às ‘fan zones’ para os adeptos, Lisboa oferece o Parque Tejo e o Parque da Alameda, enquanto a Avenida dos Aliados e a Alfândega estão elencados pelo Porto.
Portugal vai organizar pela primeira vez o Campeonato do Mundo, tal como Marrocos, que repete em 2025 o estatuto de anfitrião da Taça das Nações Africanas (CAN) estreado em 1988, enquanto a Espanha já albergou o Euro1964 e o Mundial1982.
Antes de se fixar de forma quase integral em território ibero-marroquino, o Mundial2030 celebrará o centenário da prova com três partidas na América do Sul, ao passar por Argentina, Paraguai e Uruguai, anfitrião e vencedor da primeira edição, em 1930.
O torneio vai incidir pela primeira vez em seis países e três continentes, numa altura em que a sua única organização conjunta foi assumida por Coreia do Sul e Japão, em 2002, cenário a ser repetido em 2026, fruto da aliança entre Canadá, México e Estados Unidos.
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