Está quase a chegar O Virtuoso. Vindo diretamente de Londres, do ano de 1676, este personagem singular irá apresentar-se no Teatro Académico de Gil Vicente, acompanhado por um elenco de mais 12 pessoas.
Nos dias 12 e 13 de dezembro, esta nova coprodução Marionet / TAGV assinala a estreia absoluta da versão portuguesa do original de Thomas Shadwell.
O Virtuoso é a primeira peça, na História do Teatro, que tem um cientista como protagonista, pelo que será um espetáculo particularmente especial no âmbito do cruzamento entre teatro e ciência que a Marionet vem desenvolvendo, há quase 25 anos.
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Sendo uma comédia, no típico estilo das escritas no tempo da Restauração da monarquia inglesa de final do século XVII, a sua ação vai desenrolando um novelo intrincado, em que a novíssima ciência moderna se mistura com a antiquíssima ciência do amor.
Como afirma Mário Montenegro, diretor artístico da Marionet, que neste espetáculo acumula ainda os papéis de tradutor, encenador e intérprete, “além do texto dramático, temos a interpretação, a música, a cenografia, a encenação, os figurinos, o vídeo, a dança, o canto, a imagem. A riqueza do trabalho final está nas diferentes perspectivas que cada uma delas introduz sobre os temas que são abordados.” Sendo que a maioria das peças que a Marionet cria são trabalhos originais que abordam temas científicos com relevância contemporânea, Mário Montenegro conclui reforçando que, no trabalho da companhia, “também há uma intenção de contribuir para o conhecimento da cultura científica.”
Em suma, esta obra faz-nos olhar para a importância da ciência na sociedade. Atualmente, a vasta maioria das pessoas concordará que o conhecimento científico é uma componente essencial nas nossas vidas, mas nem sempre teve esse reconhecimento, como testemunha este espetáculo. Em paralelo, a crítica mordaz do autor ao contexto da época não deixa também de tocar temas intemporais, o que nos permite colocá-los em perspetiva, nos dias de hoje.
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