Coimbra
A Utopia Está Lá
O medo de perder, sempre foi maior que as utopias. A resposta mais simples para esta questão absurda, que fazemos a nós próprios, é sempre adiada, talvez, pela falta de coragem, ou ainda, porque desistimos. Gostava de saber qual é a vossa utopia, embora, o Homem já tenha provado que o impossível é um sítio habitável.
Qual é a função e a relevância de quem está no poder? Independente do que pensa e de como age, continuamos com o processo de aceitação. Somos a espécie “passiva” cuja interferência só causa assombro se continuarmos a proporcionar a vitória aos homens que enxergam o poder como uma arma.
Reféns da “ditadura” da aceitação. O problema é que ninguém sai incólume, e pouco se sabe se existe mesmo um lado melhor que o outro. Não conseguimos distinguir o lobo do cordeiro e mantemo-nos cabisbaixos, enquanto decidem por nós contra a nossa vontade, alimentando o poder destrutivo com as guerras.
A “retórica” é em vão. Posso dizer, por exemplo, que vou lutar, mesmo sabendo que estou cansada e que irei mover uma palha, mas, no fundo, nada mudará. Aprendi a ser obediente ao sistema e desonesta comigo mesma. Por mais que doa fechar os olhos, sou levada pela multidão, organizo as ideias e enfraqueço a única possibilidade de sobrevivência a dizer: amém.
No fim, seremos julgados pelo que fazemos ou não mas, pela ascendência que o poder tem nas nossas vidas.
O autor de “O Livro dos Abraços” (1991), o uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), dizia: “A utopia está lá no horizonte. Aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
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