A Daye, uma marca focada na saúde sexual das mulheres, foi apresentada na Web Summit.
Valentina Milanova teve a sua primeira menstruação dolorosa aos 9 anos. Mais tarde, viria a ser investigadora na área da saúde ginecológica e fundadora e CEO desta empresa. “Sempre me senti muito desempoderada na minha experiência com a saúde ginecológica. Temos o espéculo grande, temos de estar seminuas em frente a um estranho… Toda a experiência pode ser bastante intimidante e invasiva”.
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Após ter sentido na pele vários dos problemas começou a pensar que os cuidados de saúde das mulheres deveriam ser realizados com mais compaixão e empatia.
A Daye é muito mais que uma aplicação. “Temos um tampão que ajuda a reduzir a dor menstrual, um para a saúde menstrual e outro para o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis, vírus do papiloma humano (HPV) e infeções vaginais”, refere a fundadora da marca.
Os utilizadores da aplicação têm também acesso a consultas com enfermeiros de saúde sexual e de dor pélvica de forma conveniente e confortável através de mensagens ou videochamadas, descreve a Women’s Health.
É possível adquirir produtos menstruais, como os pensos de cânhamo ou os tampões de CBD. Estes últimos são feitos com canabinóides de grau farmacêutico para o alívio localizado da dor menstrual.
Valentina Milanova explica que “a vagina está repleta de recetores endocanabinóides”, responsáveis pela modulação da dor.
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“O canabidiol (CBD) administrado localmente é uma forma segura e eficaz de gerir a dor menstrual e púbica, especialmente em pacientes com dismenorreia primária ou secundária”, refere. Já os pensos não são feitos com CBD, mas sim com cânhamo. Apesar de não aliviarem a dor, são ultras absorventes e sustentáveis. “Não contêm quaisquer plásticos e o cânhamo é uma erva daninha por isso cresce sem irrigação, herbicidas ou pesticidas”, menciona.
Para além destes produtos, também é possível comprar um kit de rastreio do microbioma vaginal.
O rastreio é simples: “Trata-se de um tampão que se introduz com um aplicador no canal vaginal até ao colo do útero. Isto permite-nos recolher muito mais tecido vaginal e cervical em comparação com o escovilhão”, explica Valentina.
Mas o mais recente projeto da Daye é a The Period Pain Clinic – a primeira clínica para quem tem dores durante o ciclo menstrual ou mesmo fora dele. A fundadora salienta que o objetivo não é substituir os médicos nem os ginecologistas, mas sim “dar às pessoas com o período as respostas que elas merecem mais rápido que os cuidados de saúde tradicionais”.
“Através da The Period Pain Clinic os nossos pacientes podem não só obter um diagnóstico mais rápido para doenças que, normalmente, demoram 8 a 12 anos a serem diagnosticadas, como também receber o seu plano personalizado de gestão da dor e dos sintomas”, explica.
Ao ser questionada sobre os próximos projetos da empresa, a CEO afirma que estão concentrados em aumentar o acesso aos produtos.
A aplicação da Daye é grátis e, por agora, está apenas disponível para IOS.
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