Desporto

Ruben Amorim: “Quero dizer coisas bonitas, mas vou ser muito honesto”

Notícias de Coimbra | 3 horas atrás em 15-11-2024

O treinador português Ruben Amorim prometeu hoje aos adeptos do Manchester United apresentar-lhes “uma ideia” de jogo para a equipa, na primeira entrevista enquanto técnico do 13.º classificado da Liga inglesa de futebol.

“Quero dizer coisas bonitas, mas vou ser muito honesto. Penso que vão ver uma ideia. Podem gostar ou não, não sei, mas verão uma ideia. Um posicionamento. Algo de que queremos alcançar um certo nível. Isso vai sentir-se. Claro que são apenas dois treinos antes do primeiro jogo, na melhor liga do mundo, mas se tenho de dizer algo, é que vão ver uma ideia. Isto eu garanto”, declarou.

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Amorim falava aos meios de comunicação do clube no final da primeira semana de trabalho desde que deixou o campeão português Sporting, assinando pelos ‘red devils’ de Diogo Dalot e Bruno Fernandes.

Em cima dessa ideia, afirmou, os adeptos devem colocar “paciência e crença”, num “projeto de longa data” com jovens jogadores que planeia desenvolver, de Kobbie Mainoo a Amad Diallo, Garnacho, Rasmus Hojlund e Leny Yoro, entre outros.

“Não quero dizer que precisamos de tempo só porque eles são jovens, porque eles estão preparados. Estão preparados para lidar com as exigências de jogar no United, porque estão cá. Sabemos que levará tempo, e vamos tentar ganhar tempo com os jogos, mas vamos começar desde o primeiro dia sem medo. Vão começar com a nossa ideia, independentemente de tudo”, atirou.

Com elogios ao estádio, bem como aos planos de reestruturação de Old Trafford, e à estrutura dirigente do clube de Manchester, que considera tê-lo recebido muito bem, notou a “conexão às pessoas e ao clube” que sente como “muito importante”.

“Acho que é um clube especial. (…) Precisamos dos adeptos para vencer jogos. O estádio é fabuloso neste momento, dá para sentir que há ali qualquer coisa. Quando o Omar Berrada [diretor executivo] falou comigo, falou-me dos seus planos. É uma grande honra para mim ter sido a primeira escolha para começar este caminho, é uma grande responsabilidade e entusiasmo”, acrescentou.

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O português de 39 anos olha para o United como “o motor da Premier League” e é nele que pretende assentar uma identidade “de equipa”, mais do que um sistema ou formação tática.

“O mais importante para mim, neste momento, é criar princípios, identidade e caráter, que já tivemos [no clube] no passado. Numa palavra, equipa. A equipa é o mais importante para mim. Se trabalhas em equipa, o talento individual brilhará”, refletiu.

A entrega à camisola, o desfrutar do futebol e a união por detrás de um ideal de clube são outros dos princípios que espera que o guiem e à equipa.

“Ganhar tempo é ganhar jogos, mas o mais importante é a identidade. Estamos a começar desta forma, vamos preparar os jogos, mas também focar-nos muito no nosso modelo de jogo. Como jogar, como pressionar, as coisas pequenas e os detalhes”, adiantou.

O Manchester United, equipa na qual alinham os internacionais portugueses Diogo Dalot e Bruno Fernandes, ocupa o 13.º lugar na Liga inglesa, a 13 pontos do Liverpool, que lidera a prova, após a realização de 11 jornadas.

Depois do despedimento do neerlandês Erik ten Hag, o antigo avançado dos ‘red devils’ Ruud van Nistelrooy, adjunto do compatriota, conseguiu três vitórias e um empate enquanto o treinador português cumpria as obrigações com o Sporting, não ficando para integrar a sua equipa técnica.

Amorim rumou ao mais importante campeonato do mundo após apenas sete épocas como treinador, num percurso iniciado no Casa Pia e com passagem pelo Sporting de Braga, antes de, em 2019/20, chegar aos ‘leões’, a troco dos 10 milhões de euros da cláusula de rescisão.

Dois títulos de campeão nacional (2020/21 e 2023/24), três Taças da Liga (2019/20, pelo Sporting de Braga, 2020/21 e 2021/22) e uma Supertaça Cândido Oliveira (2021/22) foram suficientes para convencer o Manchester United, 20 vezes campeão inglês e três vezes vencedor da Liga dos Campeões.

O antigo jogador é ainda o segundo português a orientar os ‘red devils’, após José Mourinho (2016-2018), numa passagem que teve como destaque a conquista de uma Liga Europa, num clube em busca de voltar ao topo após o legado histórico de 27 anos de Alex Ferguson.

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