Região
APIN com o pior resultado financeiro entre empresas municipais e intermunicipais
A APIN – Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior voltou a registar o pior resultado financeiro entre empresas municipais e intermunicipais, com 2,5 milhões de euros de resultado negativo, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios.
A APIN, que integra municípios do interior dos distritos de Leiria e de Coimbra, voltou a liderar a lista de piores resultados financeiros entre empresas municipais e intermunicipais, a nível nacional, em 2023, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas, hoje divulgado.
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De acordo com o documento consultado pela agência Lusa, a empresa, que opera na área do saneamento e abastecimento de água, registou 2,5 milhões de euros de resultado negativo em 2023, depois de também ter liderado a lista em 2022, com um resultado negativo de cerca de 1,7 milhões de euros.
No mesmo anuário, a APIN também surge em lugar destacado no que toca ao passivo exigível (dívidas a pagar), em que aquela empresa, criada em 2019, fica em 7.º lugar, com 36,6 milhões de euros de passivo, valor que tem vindo a aumentar substancialmente desde a sua criação (em 2022, era de 22 milhões).
Questionado pela Lusa, o presidente da APIN, João Miguel Henriques, referiu que os resultados negativos “só podem ser compensados através de uma atualização tarifária, que compense os custos operacionais da empresa”.
“Nós não temos podido realizar essa atualização porque a APIN sofreu uma alteração relativamente à sua constituição. Os pressupostos de uma empresa com 11 municípios foram alterados com a saída de Penacova”, esclareceu.
Segundo João Miguel Henriques, há “uma necessidade de reajustar o plano de investimentos da empresa e regime tarifário”, mas tal só será possível quando a questão da saída da Câmara de Penacova do sistema fique “completamente resolvida” (o município tem contestado o valor de indemnização a pagar pela saída).
Com a saída de Penacova, que era um dos maiores municípios e contribuidores do sistema, o próprio estudo de viabilidade económico-financeira terá de ser alterado, notou.
O presidente da APIN, que é também o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, referiu ainda que está a ser procurada uma “solução para o futuro” da empresa, mas escusou-se a adiantar que solução será essa.
“A solução tem de ser garantida no próximo ano”, vincou, recordando que a empresa não pode estar mais de três anos consecutivos com resultados líquidos negativos.
Com a saída de Penacova, a APIN passou a integrar os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande (distrito de Leiria), Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penela e Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra).
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