Coimbra

Mural em Coimbra homenageia Rui Pato, António Portugal e Adriano Correia de Oliveira

Notícias de Coimbra | 1 mês atrás em 08-11-2024

Imagem: Rui Ávila

O mural “Manifestações Estudantis e Música de Intervenção/Música de Abril”, que se encontra num edifício junto à Escada dos Gatos, foi esta sexta-feira, 8 de novembro, apresentado publicamente pelos artistas Draw (Frederico Soares Campos) e Alma (Rodrigo Guinea Gonçalves).

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O mural de Coimbra integra a iniciativa “Murais da Liberdade”, que o Projeto Ruído, com o apoio do Turismo de Portugal, tem levado a cabo ao longo do presente ano, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974.

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São 14 murais em diferentes cidades do país, que representam temas e episódios marcantes relacionados com a Revolução dos Cravos e com o seu legado histórico.

Para o mural de Coimbra, o papel do movimento estudantil na criação de um ambiente de contestação, que culminou na Revolução dos Cravos, e a resistência cultural dão mote ao tema da obra coletiva de arte urbana. Durante as décadas de 1960 e de 1970, os estudantes de Coimbra foram protagonistas de várias manifestações e greves que desafiaram o regime político da época. Adriano Correia de Oliveira, um dos mais influentes cantores de intervenção da época, figura de vulto neste movimento, cujas canções se tornaram hinos da luta estudantil, é a figura central da intervenção artística. Os músicos Rui Pato e António Portugal integram também o mural.

Instalado na fachada de um edifício localizado junto à Escada dos Gatos, a obra pictórica insere-se numa área consolidada do tecido urbano da baixa de Coimbra, adquirindo grande visibilidade a partir de uma das suas praças principais (Largo da Portagem). O impacto visual direto nos imóveis contíguos e nas ruas envolventes contribui, em simultâneo, para a valorização do centro histórico da cidade.

A CM de Coimbra apoiou a execução deste painel, numa lógica de prossecução das comemorações do 50º aniversário do 25 de Abril, que decorrem em todo o país, assinalando esta efeméride com uma intervenção de arte urbana, de grandes dimensões, no centro da cidade.

Em articulação com a Comissão Nacional dos 50 anos do 25 de Abril e com os capitães de Abril, o projeto explora diversos conceitos e temáticas alusivos à Revolução dos Cravos, visando estimular a reflexão em torno de personalidades, histórias, factos ou marcos significativos desta época nas cidades que acolhem o projeto.

Com o objetivo de recontar a história de forma envolvente, a ideia é criar um roteiro artístico nacional com a capacidade de unir diversas cidades e regiões de Portugal, através da promoção artística e cultural, do incentivo ao conhecimento da história local e nacional e do convite à fruição da arte urbana. Cada mural evidencia visualmente elementos relacionados com os valores democráticos, destacando temas, acontecimentos e pessoas específicas de cada território, que desempenharam papéis significativos na transição e consolidação da democracia.

A ampla abrangência geográfica dos murais, que se estende de Norte a Sul do país, incluindo também as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, demonstra não só um compromisso com a coesão territorial como também representa o propósito do projeto de envolver as comunidades e de impulsionar o turismo nos locais a intervencionar.

É possível acompanhar o processo de execução das próximas intervenções através da página dedicada à iniciativa e nas redes sociais do Projeto Ruído. O trabalho culmina com o lançamento de um livro, com registos de todos os Murais de Liberdade e das histórias que contam.

Ruído é um projeto criativo composto pelos artistas portugueses Draw (Frederico Soares Campos) e Alma (Rodrigo Guinea Gonçalves), ambos com percursos vincados pelo graffiti e pela arte urbana. Incorpora uma colaboração artística que interliga um universo figurativo e profundamente humano com uma abordagem abstrata, geométrica e textural. O resultado é um trabalho único e reconhecível, dando vida a composições que exercem um forte impacto no espaço onde se inserem e que criam ligações multifacetadas com o observador.

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