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Ministra da Cultura lamenta morte de João Luís Oliva
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, lamentou hoje a morte do professor João Luís Oliva, antigo docente de História e Cultura Portuguesa Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que lembrou como “defensor da inclusão pela cultura”.
Dalila Rodrigues, numa ‘nota de pesar’ divulgada pelo seu gabinete, recorda o “autor de uma obra reconhecida na área da História das Ideias”, que “contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política”.
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A ministra da Cultura destaca o “espírito crítico” de João Luís Oliva, reconhecido pela comunidade científica, e lembra o professor, que esteve no núcleo fundador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, como “defensor da inclusão pela cultura e da desconcentração dos espaços de criação artística”.
A cidade de Viseu deve muito à atividade e ao pensamento de João Luís Oliva, escreve Dalila Rodrigues, dando como exemplos a ação do coautor do “Mapa Etnomusical de Portugal” no Teatro Viriato – Centro de Artes do Espetáculo de Viseu.
Editor, professor, “mas sempre aluno, andarilho”, como se definiu na “autobiografia” (2014), João Luís Oliva morreu hoje, em Viseu, aos 68 anos, disse à agência Lusa um dos diretores da Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT), com a qual trabalhou.
Oliva, que nasceu em Viseu em 1956, “era um plantador de afetos e de um nível de inteligência e de pensamento livre muito dilatado”, realçou à Lusa o codiretor da ACERT José Rui Martins, lembrando que, “além do seu currículo do ponto de vista artístico, João Luís Oliva escreveu a arte”.
A sua bibliografia inclui títulos como “O domínio dos Césares. Ensino do Direito Eclesiástico na Faculdade de Direito de Coimbra” (Colibri, 1997), “Oliveira Martins e o socialismo catedrático” (Universidade de Coimbra, 1999) e “ACERT XI – O Fio, a Trama e a Urdidura” (Afrontamento, 2017), sobre os 40 anos de trabalho da associação cultural de Tondela.
Em “Artes e Ideias da Desconcentração” (Ler Devagar, 2015), João Luís Oliva defende que “uma política cultural que se preocupe em alargar a geografia e a eficácia social das manifestações artísticas, em lugar de descentralizar o centro, deve contribuir para desconcentrar os pólos de criação e produção”, ou seja, “multiplicar os centros e, então, possibilitar a itinerância e troca entre eles”.
O nome de João Luís Oliva está associado à edição em chancelas como A Regra do Jogo, Alia, Ler Devagar. Escreveu para publicações científicas, nacionais e locais, que vão da Revista da Universidade de Coimbra, ao Jornal do Centro e ao Jornal de Letras, Artes e Ideias.
Fez trabalho para a Fonoteca Municipal de Lisboa, o Museu Cavaquinho, esteve associado à produção de álbuns como “Galinhas do Mato”, de José Afonso, “Acústico”, “Faz de Conta” e o livro-disco “Cavaquinho.pt”, de Júlio Pereira, para o qual escreveu “O cavaquinho. Tempos e modos, modas e lugares” (Tradisom, 2014).
O funeral de João Luís Oliva realiza-se no próximo sábado, a partir das 10:00, no Cemitério de Santiago, em Viseu, com a cremação marcada para as 12:00, segundo o anúncio da família, no Jornal do Centro.
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