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Nega ter furado pneus em Coimbra. Diz que estava na companhia do whiskey na noite de Natal
Um homem de 56 anos, acusado de ter furado os pneus de mais de 80 carros, incluindo três viaturas da GNR, em Coimbra, no Natal de 2022, negou hoje ser o autor desses crimes.
O arguido, com um historial de dependência de álcool e droga, é acusado de cerca de 80 crimes de dano, três crimes de dano qualificado, seis crimes de ameaça agravada e seis crimes de injúria agravada.
Naquele que seria o dia da leitura do acórdão, o arguido compareceu pela primeira vez no Tribunal de Coimbra e mostrou-se disponível para falar sobre o caso, justificando que tinha faltado às restantes audiências por estar “nervoso, ansioso” e com medo de voltar à prisão.
Face à presença do acusado e vontade de falar, a audiência foi reaberta e a leitura do acórdão foi adiada para 30, às 14:00.
O arguido confirmou que teve uma licença de saída de curta duração da prisão, onde cumpria uma pena, para poder jantar em casa dos seus pais, junto à sua habitação, em Ribeira de Frades, localidade no concelho de Coimbra, no Natal de 2022.
“Senti-me sozinho na noite de Natal. Agarrei-me a uma garrafa de whiskey na minha casa, por volta da meia-noite, e pus-me a andar” por Ribeira de Frades, esclareceu.
O arguido contou que caminhou em direção a Casais, tendo passado várias horas debaixo de uma ponte da autoestrada 1 (A1), face à “chuva torrencial” que se fazia sentir, e negou ter furado qualquer pneu de viaturas nesse percurso.
O arguido disse que, quando estava sozinho, a pensar em chamar um táxi, na madrugada de dia 25 de dezembro, surgiu uma viatura da GNR, com os militares a meterem-no “logo no chão”.
“Eu estava sozinho e eles vieram por trás de mim. Meteram-me logo no chão, partiram-me a cartilagem das mãos”, afirmou, acrescentando que o fizeram “permanecer no posto 12 horas, sem almoço nem jantar”.
Antes e depois da detenção, o arguido era acusado de ter dito aos guardas que iam “morrer”, mostrando ressentimento em relação a toda a freguesia – que ia “pagar” – e chamou os militares de vários nomes.
Apesar de não negar a discussão verbal, o homem afirmou que “não sabe” se foram essas as expressões que usou e vincou que não disse ter furado os pneus dos carros – nem sequer sabia que os carros assim estavam -, acrescentando que não tinha consigo “nenhuma chave [de fendas] ou navalha”.
O arguido referiu que nunca teve um bom relacionamento com a GNR da zona e que tem problemas de dependência de drogas e álcool há mais de 20 anos.
Questionado pela juíza sobre o porquê de ter regressado ao álcool e droga depois de ter saído da prisão em agosto deste ano, o homem apontou para a medida de coação, que o impede de estar em Ribeira de Frades.
“Fiquei sem casa, na rua, com 200 euros no bolso”, disse.
No final da audiência, questionado pela juíza que preside ao coletivo se aceitaria ser submetido a tratamento a dependência de álcool e drogas, o arguido respondeu positivamente.
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