Os três anos de mandato do atual executivo da Câmara de Coimbra, liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra, mostram uma “incapacidade para gerir” o município, afirma o PS, que fala de uma perda de qualidade de vida no concelho.
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“A avaliação que faço não é boa. São três anos marcados por promessas não cumpridas e por um estado geral de desolação da cidade, que é muito visível, não apenas pelo caos decorrente da falta de coordenação das obras [do Sistema de Mobilidade do Mondego], mas também pelo abandono votado aos espaços verdes e jardins e pelo lixo acumulado na cidade. Perdemos qualidade de vida”, afirmou à agência Lusa a vereadora do PS Regina Bento.
Em 2021, a coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/A/RIR/VP) venceu as eleições para a Câmara de Coimbra com maioria absoluta (seis mandatos), derrotando o PS que recandidatava ao cargo de presidente do município Manuel Machado.
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Volvidos três anos de mandato, Regina Bento considera que são “muito mais as promessas por cumprir do que aquelas que foram cumpridas”, acreditando que a cidade estará “pior em 2025 do que estava em 2021”, até porque as obras do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) ainda não estarão concluídas.
A vereadora socialista considera que há “uma total descoordenação das múltiplas obras feitas na cidade”, no âmbito do SMM e infraestruturas subterrâneas, com as alterações constantes dos condicionamentos de trânsito a deixar as pessoas “à beira de um ataque de nervos”.
Questionada sobre se seria preferível atrasar a execução do SMM, Regina Bento referiu que “há sempre margem de negociação” de prazos, em detrimento de “fechar a cidade para obras”.
A vereadora do PS criticou também os problemas sentidos nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com redução dos horários, estando também por cumprir “as promessas” dadas por José Manuel Silva aos motoristas, quando estava na oposição, de melhoria da sua situação remuneratória.
Para a vereadora, o atual executivo “não tem capacidade para gerir uma Câmara da dimensão de Coimbra”.
Também o deputado municipal do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) João Malva fala de um “balanço francamente negativo”, numa cidade “congelada” e com um executivo com “um diálogo autista” com as forças políticas, que “ouve, mas não retém”.
A degradação do espaço público, a “incapacidade de resolver os graves problemas dos SMTUC”, a falta de políticas de aposta na mobilidade suave numa cidade que deveria “limitar o mais possível o acesso de carros ao seu centro” e ausência de uma “ideia integrada para a Baixa” são alguns dos problemas que aponta o membro do CpC, que conta com dois deputados municipais eleitos.
Como aspetos positivos, João Malva destaca o avanço com um plano de ciclovias para o concelho, e um “esforço grande para atrair investimento e dinamizar a economia da cidade”, apesar de não concordar “com esse modelo de desenvolvimento” para Coimbra.
Já o deputado municipal do Chega, Fernando Duque, reconhece vontade do município em procurar resolver os problemas dos SMTUC, mas entende que no campo da atração de investimento o município deveria ser “mais proativo”.
“Há vontade de mudança e isso gera esperança”, notou o deputado.
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