A peça furtada no Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, naquela cidade alentejana, é propriedade da câmara municipal e “terá um valor de 17 mil euros”, indicou hoje a presidente do município.
Em declarações aos jornalistas à margem da sessão de abertura do Portugal Air Summit, em Ponte de Sor, a autarca de Portalegre, Fermelinda Carvalho, disse que a peça de tapeçaria furtada, denominada “Le Roi Soleil”, estará avaliada em 17 mil euros.
“Foi adquirida [pela câmara] em 2001. É uma peça de pequena dimensão, daí, talvez, a facilidade no furto, mas estava bem presa. De qualquer maneira, não se percebe como é que a conseguiram roubar”, sublinhou a responsável.
Fermelinda Carvalho relatou que dois colaboradores do museu detetaram que a tapeçaria tinha sido furtada, no domingo, cerca das 12:45, e alertaram a PSP, salientando que, naquele dia e até àquela hora, tinham entrado no espaço um grupo de 80 visitantes.
Esta peça “é propriedade do município, é uma pequena tapeçaria e encontrava-se no primeiro piso do edifício”, adiantou a presidente do município, em resposta às perguntas dos jornalistas.
Segundo a autarca, o Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino não dispõe nem nunca dispôs de sistema de videovigilância, havendo no edifício “apenas um sistema de [deteção de] intrusão”.
“Nunca esperamos por estes acontecimentos e, às vezes, não estamos despertos” para possíveis furtos, reconheceu, revelando a intenção de “reforçar muito mais o nível de segurança” do espaço museológico.
Fermelinda Carvalho admitiu a possibilidade de recorrer a sistemas de videovigilância e à colocação de ‘chips’ antifurto nas peças para aumentar a segurança no museu.
Entretanto, a Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Local de Investigação Criminal (ULIC) de Évora desta polícia, começou a investigar o furto, após uma comunicação feita pela PSP de Portalegre.
A edição ‘online’ do semanário Expresso, que avançou a notícia, revelou que a obra furtada se intitula “Le Roi Soleil”.
A peça, que fazia parte do acervo da instituição desde a inauguração, em 2001, “foi feita com base num desenho de Jean Lurçat, pintor francês falecido em 1966 e que terá sido um dos grandes divulgadores da técnica de tecelagem praticada na cidade”, referiu o jornal.
Fruto da iniciativa da câmara municipal, o Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino recebeu, desde que foi inaugurado há 23 anos, cerca de 230 mil visitantes, sendo o espaço museológico mais visitado do concelho.
Inaugurado em 14 de julho de 2001, o museu presta homenagem ao industrial Guy Fino, que colocou Portugal na lista dos grandes produtores internacionais de tapeçaria artística, e enaltece também a arte contemporânea.
Com áreas para exposições permanentes e temporárias, o espaço fica situado entre as muralhas medievais e setecentistas da cidade.
No piso térreo do museu, é possível conhecer a história e a técnica de execução das tapeçarias de Portalegre, enquanto no primeiro piso estão expostas obras de tapeçaria desde os finais da década de 1940 até à atualidade.
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