Desporto
Conimbricense Jorge Fernandes regressa para concluir “a casa do judo”
O sentimento de ter deixado o trabalho a meio, com o objetivo de criar a casa do judo, leva Jorge Fernandes a avançar com a candidatura à presidência da Federação, mais de um ano após ter sido destituído.
“Acho que a maneira como saí não foi correta, não merecia aquilo que foi feito, e, por outro lado, tive pessoas do judo, com responsabilidade, que pediram para me candidatar, não esquecendo que o melhor período do judo foi durante o mandato em que lá estive [2017 a 2022]”, justificou à agencia Lusa o antigo presidente.
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Jorge Fernandes assumiu a liderança da Federação (FPJ) em janeiro de 2017 e saiu depois de um período de largo sucesso, com os primeiros títulos mundiais da modalidade, de Jorge Fonseca (-100 kg, em 2019 e 2021), e a terceira medalha olímpica da história (2021).
O dirigente, contestado por alguns judocas, entre os quais Telma Monteiro, foi destituído em dezembro de 2022 e já não se apresentou a eleições em abril de 2023, depois de perder o mandato, devido a incompatibilidades, ao abrigo do artigo 51 do Regime Jurídico das Federações Desportivas.
“Sinto-me traído pelo Sérgio Pina [seu vice-presidente] e um grupo que eu diria ser a direção que estava comigo. O projeto é o mesmo que eles estão a continuar, portanto, quer dizer que as coisas estavam bem”, argumentou o candidato da Lista C.
O antigo dirigente sublinhou que o principal objetivo de voltar à presidência é concluir o que deixou a meio, nomeadamente a criação da casa do judo: “Continuar a criar as melhores condições para as seleções”.
“Só assim podemos voltar a aspirar aos resultados que tivemos de 2017 a 2022, de outra forma será difícil”, perspetivou.
Jorge Fernandes diz não estar preocupado com a ‘contagem’ de apoio dos delegados na assembleia eleitoral de sábado, em que é preciso uma maioria (31 de 60) para ser eleito, mas em mostrar a todos que não deve nada.
“Tudo o que fiz foi a pensar no melhor para a modalidade, os resultados falam por mim”, referiu, dizendo estar de cara lavada para dar o seu melhor, como anteriormente, embora reconhecendo que nestas coisas quem está no poder “vai à frente”.
O dirigente de Coimbra entende que se não existir um regresso ao projeto original o judo estará sujeito, nos resultados, a um “fora de série que apareça”.
“Temos menos estágios cá, os estágios são com número reduzido nos escalões de formação, que iniciámos em 2017. Fizeram agora um, mas é pouco, fazíamos com mais regularidade. Temos de aproveitar as férias escolares para fazer um trabalho mais profundo, mas junto com a Telma [Monteiro], Jorge Fonseca, Bárbara [Timo]…”, defendeu.
Jorge Fernandes, Sérgio Pina, seu antigo ‘vice’ e atual presidente, e José Mário Cachada, candidato derrotado em abril de 2023, concorrem à presidência da Federação Portuguesa de Judo, em eleições marcadas para sábado.
A Assembleia geral eleitoral decorrerá na sede do Comité Olímpico de Portugal, entre as 15:00 e as 18:00, com a votação nas ‘mãos’ de 60 delegados, sendo necessária uma maioria de 31 ou mais para eleição numa primeira volta.
Caso não se verifique essa maioria, poderá fazer-se nova votação no mesmo dia, mas entre os dois candidatos mais votados, ou em outra assembleia a convocar com 30 dias de antecedência, conforme for deliberado pelos respetivos delegados.
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