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Miranda do Corvo: Chefe José Augusto estará sempre “presente no dia-a-dia da corporação”
Imagem: Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo / Facebook
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo (AHBVMC) emitiu um comunicado para responder às críticas que lhe foram “imputadas” numa reportagem televisiva sobre o acidente que vitimou o chefe José Augusto Dias Fernandes.
Em duas páginas, o presidente da associação Eurico Fernandes e o comandante Fernando Jorge esclarecem que a vítima, à altura dos factos, tinha 35 anos, 5 meses e 21 dias de serviço. “Era um elemento respeitado e acarinhado por todos os colegas, com a sua memória presente no dia-a-dia da corporação”, referem.
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Os responsáveis lembram que todos os anos lhe tem sido prestado homenagem na presença de amigos e familiares. A última homenagem, ocorrida a 11 de julho de 2024, contou mesmo com a presença da “protagonista da entrevista, que em nenhum momento mostrou qualquer insatisfação, tendo sido a própria a descerrar a bandeira dos Bombeiros Voluntários da lápide memorial”.
Recorde-se que, no programa “Investigação CM” do canal CMTV, a viúva do malogrado bombeiro mostrou-se descontente com a decisão de que o marido foi considerado culpado da sua morte ocorrida naquela tarde de 2020 quando combatia um fogo florestal na Serra da Lousã.
“Dizem que o José decidiu descer o flanco por livre vontade. Como se não estivesse a trabalhar, como se fosse um irresponsável”, afirmou.
Sobre as cerimónias fúnebres, em que a viúva lamentou o facto de ter tido uma chamada da associação humanitária a pedir para esta lhe entregar o valor relativo ao pagamento da Segurança Social, depois de lhe terem dito que seria a corporação a pagar por inteiro o funeral.
“É falso que a associação humanitária tenha solicitado a devolução de qualquer tipo de quantia relativa a despesas com as cerimónias fúnebres, ou quaisquer outras. Na verdade, esta Associação sempre se mostrou disponível para suportar um eventual custo excedente ao valor do subsídio de funeral recebido pelos familiares que fosse devido à empresa funerária, o que se veio a revelar não ser necessário”, frisam na nota.
Relativamente às indemnizações, “foram integralmente pagas nos termos da lei, ao único e universal herdeiro do chefe José Augusto, o seu filho”.
Sobre as investigações e inquéritos realizados no âmbito deste acidente mortal, a associação lamenta “as sucessivas declarações relativas aos operacionais desta corporação, que de boa-fé se limitaram a falar a verdade e relatar os factos ocorridos”.
A leitura feita e revelada pela comunicação social “têm perturbado o normal funcionamento deste corpo de bombeiros, homens e mulheres que sofreram e sofrem com a perda de um camarada e que se veem agora injustamente acusados na praça pública”.
Perante estes factos, a entidade reafirma “que foram cumpridas todas as normas e boas práticas de operacionalidade no que a esta corporação diz respeito”, ao mesmo tempo que manifestam solidariedade com os Bombeiros Municipais da Lousã, “responsáveis pelo comando naquele teatro de operações, repudiando as críticas efetuadas por quem não tem conhecimentos técnicos e operacionais para avaliar e opinar sobre os procedimentos decorridos”.
“A AHBVMC reserva-se no direito de usar todos os meios legais ao seu dispor para defesa do bom nome e honra da instituição e dos seus operacionais”, concluem.
Recorde-se que o município de Miranda do Corvo decretou, naquela data, três dias de luto municipal pela morte do funcionário e a Assembleia Municipal e Executivo Municipal da Lousã aprovaram um voto de pesar pelo falecimento deste bombeiro.
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