Economia

Estes são os milionários portugueses que andam a vender autocarros chineses à Metro Mondego

Notícias de Coimbra | 1 dia atrás em 27-09-2024

Todos já sabiam que os veículos adquiridos pela Metro Mondego tinham origem chinesa, mais concretamente, da empresa Zhongtong. O que não se sabia é que os sócios portugueses da “Energia Fundamental” – empresa representante da gigante oriental – eram dois milionários bem conhecidos dos portugueses.

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O primeiro negócio foi com a Sociedade de Transportes Coletivos Portuenses (STCP) na altura da pandemia. Mas, aos poucos, a “Energia Fundamental” foi ganhando concursos atrás de concursos, ao ponto de só no ano de 2023 ter matriculado 209 veículos. Em termos práticos, representa uma quota de 54% do mercado na área do segmento elétrico.

O projeto da “Energia Fundamental” arrancou em 2018, como explica o jornal ECO. Nesse ano, Ricardo Guimarães e Mário Ribeiro – fundadores da empresa de instalação elétrica Bilobite Engenharia (BLB) – juntaram-se a Pedro Figueiral, ex-gestor de energia da Glintt. O objetivo era criar uma empresa ligada aos autocarros elétricos.

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Durante um ano, conversaram com três empresas chinesas, as quais estão “cinco ou seis gerações à frente da Europa na mobilidade elétrica”. Em 2019, chegaram a acordo com a Zhongtong.

Ricardo Guimarães reconheceu ao jornal ECO que foi a vitória de um concurso na STCP no ano de 2020 que lhes permitiu abrir as portas deste mercado que “é muito fechado, com poucas empresas clientes e fornecedoras a nível nacional”.

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Para que fosse possível avançar com este negócio, já que a empresa não tinha capacidade financeira inicial para adquirir as cinco viaturas pretendidas pelo STCP, apareceram como investidores no projeto a Pluris Investments, de Mário Ferreira (presidente do grupo Mystic Invest, CEO da DouroAzul e proprietário da Pluris Investments, que é a maior acionista da Media Capital), e a Black and Blue Investments, holding familiar controlada por Carlos Martins — entretanto, a participação passou para a sociedade que o chairman da Martifer detém ligada à energia (Enable Energy). A negociação aconteceu na reta final de 2020, com os dois conhecidos empresários a ficarem com 37,5% cada um da “Energia Fundamental”.

Carlos Martins, chairman da Martifer (PRIO), e Mário Ferreira, chairman da Media Capital (TVI)

“Isso permitiu-nos ter dinheiro fresco com alguma rapidez, mas sobretudo ter alavancagem bancária. Aí abriram-se as portas (dos bancos). De outra forma não teríamos conseguido”, indicou o gestor da BLB ao jornal ECO, que mantém 20% do capital e tem também como sócio (5%) Sérgio Mota, ex-colaborador da gaiense Irmãos Mota, construtora de carroçarias para o transporte pesado de passageiros.

Na entrevista ao jornal ECO, Ricardo Guimarães explicou que a proposta apresentada, e que acabou por ser a vencedora, levou a que tivessem maximizado “as questões técnicas” para dessa forma equilibrar o preço. “E depois temos competências na área da engenharia e da contratação pública”, frisou.

Refira-se que o contrato celebrado entre a Metro Mondego e a empresa Energia Fundamental – Mobilidade Elétrica, Lda. corresponde a um investimento de 32,9 milhões de euros que integra quer o fornecimento dos 40 autocarros elétricos quer os postos de carregamento de baterias, e uma despesa de 10,3 milhões de euros relativa aos serviços de manutenção durante os 15 anos de vida útil dos autocarros.

A frota prevista para o início da operação é composta por 35 autocarros, existindo ainda uma opção de aquisição de 5 autocarros adicionais, a qual poderá posteriormente ser exercida pela Metro Mondego.

O primeiro veículo chegou a Portugal em abril de 2024, estando previsto que a totalidade da frota esteja em Coimbra até ao final do presente ano.

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