Portugal
Depois da estreia em Coimbra, novo TUMO quer formar jovens à prova da inteligência artificial
O novo centro de aprendizagem de tecnologias criativas TUMO vai ser inaugurado hoje em Lisboa e quer formar, de forma gratuita, 1.500 jovens à prova da inteligência artificial em áreas como robótica, ‘design’ ou música.
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“É um centro de tecnologias criativas para jovens dos 12 aos 18 anos, que complementa a escola tradicional”, resumiu o responsável pelo projeto, Pedro Santa Clara, em declarações à agência Lusa.
O novo centro TUMO vai ser inaugurado hoje em Lisboa, no Beato Innovation District, depois da estreia em Coimbra, no ano passado, e vai estar aberto a partir da próxima semana para receber 1.500 jovens que queiram adquirir formação em animação, desenvolvimento de jogos, fotografia, programação, música, ‘design’ gráfico, cinema ou robótica.
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De frequência gratuita, o centro propõe um “modelo de educação muito inovador”, explica Pedro Santa Clara, com a combinação de autoaprendizagem, acompanhada por tutores, ou ‘learning coaches’, e ‘workshops’ lecionados por especialistas em cada área.
“O ‘workshop’ em robótica, por exemplo, é dado pelo oficial que está à frente do programa de ‘drones’ da Marinha Portuguesa”, refere o responsável, que dá também o exemplo do ‘workshop’ de música, a cargo de um ex-participante no Festival Eurovisão da Canção.
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“Este modelo de aprendizagem tem uma grande vantagem que é o facto de lhes permitir ganhar autoconfiança, resiliência, capacidade de colaboração e criatividade. Todas aquelas competências humanas e pessoais verdadeiramente fundamentais para o futuro, aquilo que os vai distinguir de uma inteligência artificial”, sublinha.
São quatro horas por semana em que, durante o primeiro mês, os alunos passam por cada uma das oito áreas. No final desse período, escolhem quatro áreas e a plataforma digital utilizada propõe um plano de aprendizagem adaptado às preferências de cada um.
Em cada nível, há uma fase de autoaprendizagem, complementada por um ‘workshop’, em que trabalham em projetos individuais ou de equipa, e as atividades são sempre presenciais, para que os alunos, distribuídos em grupos de 30, possam contar com o apoio dos ‘learning coaches’.
E não há um prazo, acrescenta Pedro Santa Clara, explicando que os alunos “podem ficar enquanto quiserem”, para concluírem a formação nas áreas que quiserem.
“Habitualmente, os alunos acabam por dedicar-se a três ou quatro áreas e integram o programa durante cerca de dois anos”, refere, com base na experiência dos centros a funcionar noutros países.
Depois do primeiro centro em Erevan, na Arménia, o TUMO está hoje presente em oito países. Em Portugal, o primeiro centro abriu em Coimbra, no ano passado, com quase 2.500 candidatos para mil vagas, que serão alargadas, este ano, para 1.500.
Para o novo centro de Lisboa, Pedro Santa Clara diz já ter perdido a conta ao número de candidatos. A seleção será feita, sobretudo, tendo em conta a ordem das candidaturas, mas com uma preocupação para incluir jovens de contextos diversos.
“Temos uma preocupação muito grande em misturar alunos de diferentes contextos sociais e económicos, porque acreditamos que essa é a chave para a mobilidade social”, sublinha o responsável, explicando que houve até um contacto para promover a iniciativa junto de algumas escolas e instituições, como a Casa Pia de Lisboa ou a Santa Casa da Misericórdia.
Para já, não há planos concretos para o futuro, mas Pedro Santa Clara já pensa nos próximos centros, e aponta como hipóteses prováveis as cidades do Porto, Braga e Évora.
A inauguração do TUMO Lisboa decorre hoje, ao final da tarde, com a participação da fundadora do projeto, Marie Lou Papazian, do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
O novo centro é apoiado pela Fundação “la Caixa”, Claude and Sofia Marion Foundation, Fundação Galp, José de Mello e Vanguard Properties, Fundação Santander Portugal, MEO e Worten.
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