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Mulher de Penacova foi considerada a “primeira assassina portuguesa em série”. Matava e desmembrava bebés

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 23-09-2024

Imagem: DR

Na História de Portugal, existiram pessoas que cometeram ações horríveis, e que ficaram para a eternidade pelas piores razões. Um desses casos é o de Luísa de Jesus, a última mulher portuguesa a ser condenada à morte e enforcada pelos seus crimes.

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Quem era esta mulher? Luísa de Jesus, nasceu em Figueira do Lorvão, Penacova, em dezembro de 1748. Era filha de Manoel Rodrigues e de Marianna Rodrigues, uma família de classe baixa. Trabalhava como recoveira, percorrendo as aldeias para fazer compra e venda de mercadorias.

Vítima de maus-tratos, foi apontada como a primeira assassina em série portuguesa, tendo cometido crimes hediondos contra crianças.

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Na época, era comum existirem casas com uma “Roda dos Enjeitados”, um dispositivo de madeira cilíndrico, muito comum em conventos e hospitais. O dispositivo era dividido ao meio e giratório. De um lado, as mães colocavam os bebés, abandonando a criança com privacidade. Depois, tocavam a uma sineta para avisar que lá estava um bebé, para que a criança recebesse logo a atenção que merecia, explica a VortexMag.

Na Casa da Roda de Coimbra, eram abandonadas 200 crianças por ano. Apesar dos esforços da instituição, metade estava condenada a morrer, e muitas poucas tinham a sorte de encontrar o carinho de uma família. Como incentivo à adoção, havia a oferta de 600 réis, além de um enxoval de meio metro de tecido grosso de algodão a quem levasse uma criança para a sua casa.

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Como trabalhava como recoveira, Luísa conhecia muitas pessoas e conhecia diversas casas. Assim, ia buscar crianças e bebés à Casa da Rode de Coimbra, supostamente em nome de outras famílias, comprometendo-se a entregá-las aos supostos adotantes. No total, “adotou” 34 crianças, todos nesta casa. Mas as intenções dela não eram boas: asfixiava as crianças com as próprias mãos, mal se encontrava sozinha com elas.

Depois enterrava as crianças. Por vezes, levava os corpos para o seu casebre, onde os desmembrava, colocando pedaços num pote e guardando-os debaixo da palha ou em buracos no chão.

A 1 de abril de 1772, os crimes de Luísa de Jesus chegaram ao fim, quando a freira Angélica Maria tropeçou num cadáver que se encontrava mal enterrado.

Foram realizadas escavações e descobriram-se mais dois bebés no local, com marcas de estrangulamento. As suspeitas recaíram sobre Luísa, que foi interrogada a 6 de abril e confessou ter assassinado os três bebés encontrados.

Apesar da confissão, as autoridades decidiram continuar a investigação, tendo descoberto que a mulher tinha conseguido adotar diversas crianças, tendo supostamente servido de intermediária, embora nenhum bebé tivesse chegado ao seu destino.

Entretanto, prosseguiam as escavações no Monte-Arroio, e o número de bebés encontrados foi assustador. A 18 de abril, Luísa tinha confessado o seu envolvimento na morte de mais sete crianças, mas já tinham sido descobertos 15 cadáveres. Mais tarde, Luísa confessou ter morto mais nove, mas negou o seu envolvimento nas outras mortes.

Mas as descobertas macabras não ficaram por aqui. Após uma busca à sua casa, foram encontrados 18 corpos de bebés, oito deles desmembrados e distribuídos em potes, e os restantes 10 enterrados.

Portanto, foram encontrados 33 corpos no total. Luísa de Jesus adotou 34 crianças, mas nunca se descobriu o paradeiro da última criança. Luísa só confessou ter asfixiado 28 bebés.

Recebeu severa sentença a 1 de julho, tendo-se tornado a última mulher a receber a pena de morte em Portugal. Segundo os juízes, nunca no nosso país se viu “um monstro de coração tão perverso e corrompido”.

Assim, Luísa foi condenada a percorrer as ruas com uma corda ao pescoço, enquanto os seus crimes eram lidos em voz alta. Depois, foi queimada com uma tenaz em brasa, e teve as suas mãos decepadas.

Por fim, acabou por falecer no garrote, e o seu cadáver foi queimado pouco depois. Luísa de Jesus tinha apenas 24 anos quando deu o seu último suspiro, mas deixou um legado negro de morte e de terror que ficou para a história pelos piores motivos.

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