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Luis foi raptado e localizado 73 anos depois. “Encontrámos o tio. Fiquei eufórica”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 horas atrás em 23-09-2024

Imagem: Alida Alequin / The Mercury News

Luis Armando Albino tinha 6 anos quando foi raptado, num parque na cidade de Oakland, na Califórnia.

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Cerca de 70 anos depois, foi encontrado com a ajuda de um teste de ancestralidade, fotografias antigas, jornais e a insistência da sua sobrinha.

A história foi revelada pelo The Mercury News, que adiantou que Luis foi raptado por uma mulher, em 1951, um ano depois ter chegado aos Estados Unidos com a mãe e os cinco irmãos, vindos de Porto Rico.

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Luis, que ainda não tinha aprendido inglês, estava a brincar com o irmão mais velho, Roger, de 10 anos, quando foi abordado por uma mulher, que falava espanhol e lhe prometeu doces.

A criança foi raptada e criada por um casal.

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Na altura, as autoridades realizaram buscas. O irmão, Roger, foi interrogado várias vezes e a sua versão era sempre a mesma: uma mulher com um lenço na cabeça tinha levado o irmão.

Avô, antigo bombeiro e ex-veterano do Corpo de Fuzileiros Navais só viria a ser encontrado pela família 73 anos depois. E o reencontro só foi possível graças à sua sobrinha, Alida Alequin, de 63 anos, com o apoio da polícia local, FBI e Departamento da Justiça.

“Obrigada por me encontrares”, foram as primeiras palavras ditas por Luis à sobrinha, que revelou que o tio preferia não falar com os meios de comunicação social.

Revelou também que a mãe de Luis morreu em 2005, mas nunca perdeu a esperança de encontrar o filho vivo.

Em 2020, Alida decidiu fazer um teste de ancestralidade “só para se divertir”. O teste, feito com recurso a ADN, revelou a correspondência em 22% com um homem. Apesar dos resultados, a investigação pessoal, naquele ano, não deu frutos.

Mas quatro anos depois, a mulher voltou à investigação, agora com a ajuda das filhas. No início de 2024, visitaram a biblioteca local, onde encontraram jornais antigos e uma fotografia de Luis e Roger. A descoberta convenceu Alida de que estava no caminho certo e, no próprio dia, contactou as autoridades.

Luis foi localizado e forneceu uma amostra de ADN, que foi depois comparada com uma da mãe de Alida.

A confirmação aconteceu a 20 de junho, quando as autoridades foram a casa da mãe de Alida comunicar que o tio tinha sido encontrado.

“Só começámos a chorar quando os investigadores se foram embora. Agarrei nas mãos da minha mãe e disse-lhe: ’Encontrámos o tio’. Fiquei eufórica”, revelou a mulher ao jornal.

Quatro dias depois, Luis viajou até Oakland, onde conheceu Alida e reencontrou os irmãos e outros familiares.

Em julho, regressou para uma visita de três semanas e foi a última vez que viu Roger. O irmão mais velho acabou por morrer em agosto: “Acho que ele morreu feliz. Estava em paz consigo próprio por saber que o irmão foi encontrado”, disse Alida.

“Estou mesmo muito feliz por ter conseguido fazer isto pela minha mãe e pelo meu tio. É um final feliz.”

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